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Fed indica que poderá aumentar os juros a partir de junho

Banco central norte-americano abre espaço para mudança na política monetária, mas indica que o aumento dos juros será menos agressivo que o previsto no fim do ano passado

Por Lucas Hirata , Niviane Magalhões e Stefânia Akel
Atualização:

O banco central norte-americano, Fed (sigla para Federal Reserve), indicou nesta quarta-feira, 18, que poderá aumentar os juros a partir da reunião de junho. As autoridades do BC americano retiraram do comunicado a garantia de que permaneceriam pacientes antes de decidir o rumo das taxas de juros. Os dirigentes da autoridade, contudo, preveem que o caminho de futuras elevações do juro será menos agressivo que o ritmo mostrado por projeções publicadas no fim do ano passado.

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A expressão "paciente" foi substituída pela garantia de que o Fed só elevará os juros quando estiver "razoavelmente confiante" de que a inflação está nos trilhos para voltar à meta de 2% e desde que o mercado de trabalho esteja melhorando. "Essa mudança na forward guidance (diretriz) não indica que o Fed decidiu sobre o momento do aumento dos juros", diz o comunicado. Por enquanto, o Fed manteve a faixa das taxas de juros inalterada entre 0% e 0,25%, em decisão unânime.

Nas projeções, a grande maioria dos dirigentes do Fed - com 15 integrantes do total de 17 - continua a prever que o banco central vai aumentar as taxas de juros de curto prazo neste ano, enquanto dois preveem que o Fed vai agir só no próximo ano.

Os dirigentes reduziram a previsão para elevações de juros. Ele estimam que, na média, a taxa de juro de curto prazo ficará em 0,625% em 2015, em comparação com a projeção anterior de 1,125%, publicada em dezembro. Para 2016, a previsão é que a taxa fique em 1,875%, ante estimativa anterior de 2,500%. Enquanto isso, para 2017, a projeção é de 3,125%, ante 3,625%. No longo prazo, a projeção é de 3,750%.

Economia americana. As integrantes do banco central norte-americano também mostraram suas opiniões sobre as expectativas para a economia ao longo dos próximos anos. Eles cortaram as projeções para o crescimento e preveem quedas maiores na taxa de desemprego. Além disso, a inflação deve ser mais fraca que as estimativas anteriores.

A projeção de crescimento para a economia norte-americana ficou entre 2,3% e 2,7% para este ano, menor do que a projeção feita em dezembro, que estava entre 2,6% e 3%. Para 2016, as autoridades do Fed estimam expansão entre 2,3% e 2,7%, frente 2,5% e 3,0% nas estimativas anteriores. Para 2017, a projeção ficou entre 2,0% e 2,7%, de 2,3% e 2,5%.

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A inflação, segundo as projeções, deve ser mais fraca. Para este ano, a previsão dos integrantes do Fed é que os ganhos de preços fiquem entre 0,6% e 0,8%, frente a estimativas anteriores de 1,0% e 1,6%. Em seguida, a inflação deve avançar para 1,7% a 1,9% em 2016 e para 1,9% a 2,0% em 2017. Em dezembro, a previsão era de alta de preços de 1,7% a 2,0% em 2016 e de 1,8% a 2,0% em 2017.

Os dirigentes do Fed continuam otimistas com o mercado de trabalho, com a taxa de desemprego finalizando o ano de 2015 entre 5,0% e 5,2%, ante a projeção de dezembro de 5,2% a 5,3% . Atualmente, a taxa está em 5,5%. Para o próximo ano, a expectativa com a taxa de desemprego ficou entre 4,9% e 5,1%, ante 5,0% a 5,2% nas estimativas anteriores. Em 2017, a taxa de desemprego deve ficar entre 4,8% e 5,1%, de 4,9% a 5,3%. Em uma mudança notável, a estimativa da taxa de desemprego no longo prazo foi reduzida para o intervalo entre 5% e 5,2%, ante um intervalo entre 5,2% e 5,5%.

A presidente do FED, Janet Yellen. Banco Central dos EUA deve começar a subir os juros em junho Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP

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