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Fed mantém tom e Ibovespa volta a subir com commodities

Por Paula Laier
Atualização:

O principal índice do mercado acionário brasileiro fechou em alta pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira, amparado pelo quadro externo favorável. O resultado da CSN acima do esperado ajudou. O aguardado comunicado do Federal Reserve não trouxe novidades ao manter a taxa dos Fed Funds entre zero e 0,25 por cento e reafirmar que vai manter o juro em patamar excepcionalmente baixo por um período longo. Desse modo, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 2,03 por cento, aos 63.912 pontos. Na máxima, chegou a 64.142 pontos. O volume financeiro do pregão somou 6,61 bilhões de reais. Operadores disseram que, graficamente, o índice local persiste em um canal de alta no longo prazo, e nesta sessão o cenário externo corroborou os ganhos. Profissionais do mercado, contudo, notaram estrangeiros tanto na venda como na compra. Dados da BM&FBovespa mostraram que houve ingresso líquido de 1,15 bilhão de reais em capital estrangeiro na bolsa brasileira em outubro. No acumulado do ano, o fluxo está positivo em 19,5 bilhões de reais. O humor mais positivo no exterior, onde as bolsas asiáticas e europeias terminaram a sessão em alta e os pregões norte-americanos também mostraram ganhos, foi a tônica nas operações locais, ainda beneficiadas pela alta em commodities. A menor aversão a risco amparou a valorização de uma série de moedas ante o dólar, assim como a alta das matérias-primas, como o petróleo, que apreciou-se mais de 1 por cento, e metais, ajudando as blue chips locais. Petrobras subiu 0,42 por cento, a 35,70 reais, e Vale avançou 1,51 por cento, a 41,58 reais. O noticiário econômico nos EUA também colaborou, com a ADP Employer Services informando queda nas demissões no setor privado em outubro e o Instituto de Gestão do Fornecimento mostrando novo crescimento do setor de serviços naquele país. O comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed chegou a gerar alguma volatilidade momentânea, mas não estragou o dia, uma vez que manteve praticamente inalterado o discurso de juro baixo por longo período. CSN EMPOLGA, ENQUANTO BRADESCO FRUSTRA A CSN ajudou a fortalecer o Ibovespa, após divulgar uma disparada no lucro do terceiro trimestre, para 1,15 bilhão de reais. Analistas consultados pela Reuters esperavam em média lucro de 543 milhões de reais. A ação ordinária da CSN valorizou-se 3,07 por cento, a 60,40 reais, contaminando outros papéis de siderurgia como Gerdau, com alta de 3,31 por cento, a 27,49 reais, e Usiminas, que subiu 1,07 por cento, a 46,40 reais. Um dia após o Itaú Unibanco impulsionar o setor com lucro recorrente acima do esperado, o Bradesco não teve o mesmo impacto, uma vez que o lucro líquido de 1,81 bilhão de reais ficou aquém das previsões. A ação preferencial do Bradesco recuou 0,71 por cento, a 35,03 reais, mas outros papéis de bancos mostraram alta, como Itaú Unibanco, com elevação de 3,23 por cento, a 36,40 reais, e Banco do Brasil, com 2,99 por cento, a 29,95 reais. Ainda da safra de balanços, Light, que divulga seu resultado ainda nesta quarta-feira, figurou entre as poucas baixas do Ibovespa, encerrando com baixa de 0,65 por cento, a 24,64 reais. A JBS respondeu pela maior alta do índice, com valorização de 10,2 por cento, a 10,80 reais. O operador de uma importante corretora em São Paulo, que preferiu não ser identificado, notou fluxo estrangeiro na compra do papel. Outros dois profissionais do mercado, também sob a condição de anonimato, citaram rumores sobre uma possível fusão ou associação da empresa. "Mas nenhuma informação concreta", ponderou um deles. Também vale citar a alta de 4,98 por cento da Eletrobrás, a 23,41 reais, ainda na esteira da notícia sobre a aprovação da capitalização de suas subsidiárias integrais em quase 12 bilhões de reais. A ação ordinária da empresa avançou 5,37 por cento, a 26,50 reais. Ações do setor de telecomunicações também estiveram entre as maiores elevações do índices. Brasil Telecom aumentou 5,28 por cento, a 15,56 reais e Oi ganhou 5,07 por cento, a 35,20 reais.

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