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Fed mostrou mais preocupação com inflação que crescimento

A avaliação é do economista-sênior para Estados Unidos do Dresdner Kleinwort Investment Bank (DKIB), Kevin Logan

Por Agencia Estado
Atualização:

A decisão do Federal Reserve (Fed) de manter a taxa de juros americanos estável em 5,25% e o comunicado explicando a decisão mostram que o Fed ainda está mais preocupado com a inflação do que com a desaceleração da economia americana. A avaliação é do economista-sênior para Estados Unidos do Dresdner Kleinwort Investment Bank (DKIB), Kevin Logan. Foi a segunda pausa após 17 altas consecutivas desde junho de 2004. Nesse período, os juros americanos subiram de 1% para o nível atual. Ainda este ano, o Fed realiza mais duas reuniões, em outubro e dezembro. "O Fed mostrou que há desaceleração, mas não expressou preocupação com isso. Ele também continua a expressar preocupação de que a inflação pudesse se mover para cima. Mas ao mesmo tempo dizem que as condições dadas são tais que a inflação deve moderar", disse em entrevista à Agência Estado. Esse comportamento mais moderado da inflação, segundo o economista, deve vir com a queda dos preços de energia. No comunicado, o Fed manifestou sua preocupação com pressões inflacionárias vindas dos preços de energia e commodities. Segundo Logan, o comunicado, de um modo geral, foi benigno, apesar da reação negativa inicial dos mercados. "Eles (do Fed) estão otimistas sobre a inflação e o crescimento moderado e é improvável que voltem a apertar a política monetária", analisou. A reação inicialmente negativa dos ativos americanos logo após a decisão foi mais um movimento de mercado, na opinião de Logan. "Eles compraram no boato para realizar no fato", justificou. Depois da pausa, vêm os cortes de juros? Logan acredita que sim. Para ele, a redução dos juros deve começar no primeiro trimestre de 2007. Sua projeção é de que os juros americanos encerrem o próximo ano em 4,25%. Ao contrário de alguns analistas, Logan vê pouca chance de os cortes começarem ainda este ano. "Nesse momento o viés do Fed ainda é de inflação", afirmou.

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