O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, afirmou que as perdas com financiamentos imobiliários de alto risco (cerne da crise do crédito norte-americana) já totalizam cerca de US$ 100 bilhões, número que pode ficar maior se a inadimplência e a execução de hipotecas crescerem. "Certamente poderão ser múltiplos (de US$ 100 bilhões) conforme formos adiante", disse o presidente do Fed a congressistas durante pronunciamento no Comitê de Orçamento da Câmara. Bernanke foi questionado pelos congressistas sobre o potencial efeito econômico de um pacote de estímulo fiscal de cerca de US$ 100 bilhões. Ele respondeu que se boa parte deste montante for rapidamente canalizada para o consumo, os efeitos sobre a economia podem ser significativos no segundo semestre de 2008 e em 2009. Ele defendeu a agressiva posição de afrouxamento monetário do Fed, que contrasta fortemente com a política de juros estáveis do Banco Central Europeu (BCE). A Europa não enfrenta os mesmos riscos imobiliários que os EUA enfrentam, disse Bernanke, acrescentando que as economias européias e asiáticas não devem desacelerar tanto quanto a dos EUA. Bernanke afirmou ainda que não está preocupado com a possibilidade de as ações do Fed criarem um problema moral, encorajando comportamento arriscado. O presidente do Fed citou as recentes baixas contábeis de bancos de Wall Street como uma evidência de que o BC norte-americano não está protegendo Wall Street de perdas. O Fed garantirá que os bancos norte-americanos não usem os recentes esforços de liquidez do BC para não tomarem as medidas de proteção que precisam tomar. As informações são da Dow Jones.