PUBLICIDADE

Fed: setor de moradias continua 'bastante deprimido'

Por Renato Martins
Atualização:

O setor de imóveis residenciais nos EUA está "bastante deprimido" e as construtoras prevêem que uma virada não deverá acontecer até o fim de 2008, pelo menos. É o que diz o "Livro Bege" do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), sumário sobre as condições da economia norte-americana que servirá de base para as decisões de política monetária a serem tomadas na próxima reunião do Fed, em 11 de dezembro. O relatório divulgado hoje foi preparado pelo Federal Reserve Bank de San Francisco, com base em dados coletados até 16 de novembro. Segundo o documento, a inflação permanece sob controle, quando excluídos os preços de energia e alimentos. "A demanda por imóveis residenciais permaneceu bastante deprimida, com apenas alguns sinais hesitantes e esparsos de estabilização em meio à desaceleração que está em andamento. As construtoras continuaram a engavetar projetos e a demitir trabalhadores em várias regiões. As empresas contatadas em geral não esperam uma retomada significativa da construção de imóveis residenciais até a segunda metade do próximo ano, pelo menos", diz o documento. O documento diz ainda que os mercados de mão-de-obra permaneceram "relativamente apertados", embora as pressões de salários "em geral não mudaram" em relação ao período do relatório anterior. O texto constata que a debilidade do setor de moradias pode estar contaminando os gastos dos consumidores. "Informes sobre os gastos no varejo foram em geral pessimistas. Olhando para o futuro, os informes sobre as perspectivas da temporada de compras para as festas de fim de ano foram levemente pessimistas", diz o documento. As exceções foram os distritos de Boston Filadélfia, Minneapolis e Kansas City, onde os gastos dos consumidores se firmaram e a demanda por eletrônicos continua sólida. De acordo com o "livro bege", apesar do freio representado pelo setor de imóveis residenciais, a economia de uma maneira geral continuou a se expandir, "mas a um ritmo reduzido, comparado com o período da pesquisa anterior". Um ponto positivo foram as exportações, diz o relatório, graças em parte à queda do dólar. A atividade industrial, por sua vez, continuou "variada". Inflação O Livro Bege também diz que as pressões inflacionárias "permaneceram modestas de uma maneira geral, mas foram significativas no caso de produtos e serviços que dependem pesadamente de insumos de energia e alimentos". Excluindo-se os preços de energia e alimentos, porém, "os informes foram de que os preços finais ficaram em geral estáveis ou recuaram um pouco", porque o "limitado poder de formação de preço" das empresas obrigou-as a absorver os custos mais altos com redução de suas margens de lucro. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.