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Feirão de carro já tem corte de IPI

Maioria das lojas e feirões começa a vender os modelos populares com preço reduzido pelo pacote do governo

Por e Paula Pacheco
Atualização:

O mercado de carros praticamente parou ontem à espera das novas tabelas de preços com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que só começaram a chegar às concessionárias no fim da tarde. Hoje, a maioria das lojas e os feirões realizados em São Paulo já oferecerá carros mais baratos e com melhores condições de financiamento com o corte do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As principais montadoras informaram que repassaram o desconto integral do IPI ao preço dos carros, inclusive aqueles que já vinham sendo vendidos com descontos. Os modelos populares (com motor 1.0) ficaram em média 7% mais baratos, diante da isenção total do IPI até o fim de março. Carros com motores 1.4 a 2.0 tiveram o imposto reduzido à metade, para 5,5% e 6,5%, dependendo do tipo de combustível. A Ford foi a única a divulgar nova tabela com desconto sobre o preço praticado no mercado, ou seja, já com descontos. O Ka, por exemplo, tem preço de tabela de R$ 26,4 mil, mas vinha sendo vendido a R$ 24,9 mil. Sem o IPI, custará R$ 23,1 mil. A GM informou que o preço novo do Celta é de R$ 24.963, ante R$ 26.949 antes do corte do imposto. No feirão que realiza hoje a amanhã na fábrica de São Caetano do Sul (SP), porém, o modelo será vendido por cerca de R$ 23 mil. "Vamos conceder os descontos que já estavam anunciados e ainda repassaremos a redução de impostos", confirmou Jaime Ardila, presidente da GM Brasil. A Volkswagen também realiza feirão na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). As demais marcas optaram por ações nas próprias concessionárias. SEM CORRIDA Nas lojas, o dia foi de espera e de poucas consultas por parte de clientes. Até o fim da tarde, vendedores não sabiam qual era o efeito do anúncio da redução do IPI, feito um dia antes pelo governo federal como medida para ajudar a estancar a forte queda nas vendas verificada nos últimos dois meses. Na revenda Renault Da Vinci, a falta de informações sobre a nova tabela foi contornada com muita conversa. "A orientação era para que os vendedores explicassem que não havíamos recebido as informações da montadora e pegassem os contatos dos interessados", contou o gerente Marcelo Ribeiro Dias. Antes de as vendas começarem a cair, a média de carros vendidos por mês era de 120. Hoje não passa de 50. Na revenda da Ford na Avenida Sumaré, zona oeste de São Paulo, a situação era a mesma. O primeiro dia pós-corte de IPI foi de calmaria. "A novidade ainda não despertou a curiosidade dos clientes", disse o gerente Ricardo Luiz Novelli. Até o começo da noite a equipe de oito vendedores não havia fechado nenhum negócio. Para tentar reverter o quadro, a orientação de Novelli, assim que recebesse a nova tabela, era para que os funcionários começassem a procurar quem passou pela loja nos últimos dias e informar sobre os preços mais baixos. O Grupo Amazonas, de bandeira Fiat, decidiu aplicar um desconto médio de 9% por conta própria. Conseguiu fechar a venda de 13 carros novos. Na sexta-feira anterior havia vendido apenas seis. "Podemos até perder se o desconto for menor, mas pelo menos não perdemos vendas", disse o gerente Richard Marques. Na VW Amazonas, o maior movimento foi de clientes que não receberam os carros recém-adquiridos para saber se terão direito ao desconto. Segundo as empresas, todo o estoque das lojas será refaturado com base no novo IPI.

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