Entre 1995 e agosto deste ano, os preços dos carros populares subiram 215,5%, ante uma inflação de 142% no período. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) enviou um processo à Secretaria de Direito Econômico (SDE) solicitando a "apuração das práticas abusivas de preços de veículos novos, principalmente dos chamados populares". O presidente da Fenabrave, Hugo Maia, também acusa as montadoras de oligopólio e prática de cartel por reajustarem os preços dos veículos quase sempre no mesmo período e em índices muito próximos. A alegação das empresas é a de que os custos com matéria-prima, impostos e componentes, entre outros itens, são similares. Em outubro, o senador Pedro Simon (PMDB) enviou um requerimento ao presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL), solicitando intervenção junto ao Ministério da Justiça para apurar os motivos da demora da SDE em dar encaminhamento ao processo, entregue ao órgão há quase nove meses. O Ministério terá 30 dias para explicar seus motivos. Esclarecimentos Procurada para comentar sobre o processo enviado à SDE e a diferença de preços das peças, a General Motors informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está acompanhando as averiguações preliminares e, assim que receber informações da Secretaria de Direito Econômico, vai analisá-las e apresentar os devidos esclarecimentos. A assessoria de imprensa da Volkswagen informou que o diretor responsável pela área de peças está fora do País e somente ele poderia comentar o assunto. Fiat e Ford não fizeram comentários.