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Fernando Henrique defende autonomia do Banco Central

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discordou que a autonomia do Banco Central seja uma "questão acadêmica", como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou recentemente e defendeu a necessidade de tornar legal a autonomia do BC. "É preciso assegurar condições legais para isso (a autonomia do BC), ou seja, para ser operacionalmente independente", afirmou após palestra na Columbia University. Segundo ele, a questão "não é acadêmica porque a independência não é lei, não é operacional". O ex-presidente disse que se um "novo presidente não quiser dar essas condições (de independência), então desaparece". Para FHC, é importante que "se deixe claro na lei o grau de autonomia do BC". Ele disse que é difícil julgar a decisão do governo Lula de não priorizar o tema. "O governo deve ter lá suas razões, que não sei quais são neste momento, portanto não quero fazer um julgamento precipitado", disse. Mercados poderosos e Alca Sobre a necessidade que se instalou no governo Lula de promover um crescimento econômico rápido, ele disse que "não é suficiente o governo querer implementar taxas de crescimento". Para ele, o crescimento "não depende diretamente do governo; depende de circunstâncias, de condições de mercado, pois os mercados hoje em dia são muito mais poderosos". O presidente comparou o ato de governo ao surf. "O governo tem que estar preparado para surfar quando a onda é favorável e para não capotar e engolir água quando a onda é negativa", disse. Outro tema discutido pelo ex-presidente foi o futuro da Alca. Fernando Henrique disse que o debate da questão no Brasil precisa mudar, deixando o discurso com cores colonialistas, defendido por alguns segmentos da sociedade. "Alguns setores da sociedade falam do medo do Brasil de ser anexado pelos Estados Unidos. Não acho que o Brasil precisa ter medo de competir. O País tem que também olhar para outros mercados, mas o debate da Alca tem que se concentrar nos benefícios e desvantagens e não na questão ideológica", afirmou.

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