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Ferrugem da soja pode chegar mais cedo nesta safra, diz Fundação MT

A ferrugem asiática, doença fúngica que ataca a soja em períodos úmidos, deve chegar mais cedo às lavouras brasileiras na atual temporada 2014/15, na comparação com anos anteriores, disse nesta quarta-feira a Fundação MT, órgão de pesquisa ligado aos produtores de Mato Grosso. Os casos registrados até o momento pelo Consórcio Antiferrugem no país chegam a 31, concentrados principalmente no Rio Grande do Sul, Estado com grande incidência de chuvas em semanas recentes. Os casos até o mesmo estágio nas duas últimas safras não passaram de 3 em cada uma. "Estamos acompanhando o número de focos da doença em plantas guaxas... através do Consórcio Antiferrugem. Esses números são muito maiores se comparados ao mesmo período do ano passado. Então há uma perspectiva de que o fungo ataque um pouco mais cedo, disse o pesquisador da Fundação MT Fabiano Siqueri, em nota. As plantas guaxas crescem de maneira voluntária, a partir de grãos perdidos das colheitadeiras e dos caminhões que transportam a safra. Ao se desenvolverem, ao longo da entressafra, ajudam a perpetuar fungos e insetos. O plantio de soja, especialmente no Centro-Oeste, começou atrasado devido a falta de chuvas no fim de setembro e início de outubro. As precipitações só se intensificaram na segunda metade do mês passado. Os produtores têm se apressado para finalizar os trabalhos, mas é inevitável uma concentração também na colheita. Técnicos da Aprosoja MT, associação que reúne agricultores de Mato Grosso, já alertaram anteriormente que o risco de ferrugem deve ser maior nesta safra também porque o período de desenvolvimento avançará mais no calendário, com as plantas expostas por mais tempo aos esporos da ferrugem, que vão se concentrando no ambiente à medida que a temporada avança. A Somar Meteorologia disse nesta quarta-feira que as chuvas devem ficar dentro da média durante o verão no Centro-Oeste, mas com alguns períodos de "invernada" (tempo úmido e nublado), podendo acarretar períodos de baixa luminosidade e consequentemente reduções nos índices de produtividade.

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Por Redação
Atualização:

(Por Gustavo Bonato)

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