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Festival Cannes Lions muda programação e premiação para 2018

Objetivo é reduzir custos das agências que participam do evento e fazer a conquista de um Leão em Cannes ficar mais relevante

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Por Fernando Scheller
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O Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade terá uma série de modificações a partir do próximo ano. As mudanças começam pela sua duração: o evento, que se estendia por uma semana inteira, agora será concentrado em cinco dias. Segundo o presidente de Cannes Lions, o brasileiro José Papa Neto, esta é uma forma de diminuir gastos com hotel e alimentação das agências e anunciantes que enviam pessoal para o festival. No ano que vem, o evento  será realizado entre os dias 18 e 22 de junho. O Estadão é o representante oficial de Cannes Lions no Brasil.

Brasileiro José Papa Neto é presidente da empresa responsável pelo festival Cannes Lions Foto: Helvio Romero|Estadão

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As mudanças vêm após o festival ter recebido, na última edição, algumas críticas de grandes grupos de publicidade, entre eles o francês Publicis – que chegou a anunciar que não participaria do evento em 2018 – e o britânico WPP. A empresa responsável pela realização do evento, considerado referência em festivais globais de criatividade, decidiu, então, modificar conceitos e mexer em três importantes pilares: a composição de programação, os custos de participação e a concessão de prêmios. Todas as mudanças começam a valer no ano que vem.

Além de endereçarem as questões apresentadas pelas grandes holdings de comunicação, as mudanças visam a atender a evolução no mundo da comunicação, segundo o presidente de Cannes Lions. “Nossa transformação se iniciou há anos: primeiro, quando as marcas começaram a participar do festival, no início dos anos 2000, e depois quando encampamos o conceito de criatividade em geral”, diz Papa Neto. “Agora, estamos dando mais um passo para refletir os rumos da indústria.”

Embora a programação tenha sido condensada em cinco dias, explica o executivo, isso não significará uma redução da quantidade de conteúdo. Além do festival principal, continuarão a existir as programações Lions Entertainment (voltada ao mundo do entretenimento), Lions Innovation (que discute inovação) e Lions Health (específico para o setor de saúde). A exemplo do que já acontecia nos últimos anos, os festivais acontecerão em paralelo ao Cannes Lions.

Ainda na questão de custos, houve uma redução de 900 euros na taxa para a compra de um passe completo, que dá acesso a todas as palestras, que agora custará 3.249 euros. O presidente de Cannes Lions diz que somente o festival Lions Health continuará a permitir inscrições específicas, a preço ainda a ser definido, porque trata de temas de interesse específico.

Além disso, Cannes Lions também formou diversas parcerias com a cidade de Cannes para facilitar a vida de quem visita a Riviera Francesa em função do evento. Segundo Papa Neto, todos os preços de hotel foram congelados para 2018, enquanto restaurantes terão menus fixos a 20 ou 30 euros para os participantes do festival. O preço da corrida de táxi entre Cannes e Nice será tabelada em 80 euros durante os dias do evento.

Palestras. A composição da programação – que geralmente é patrocinada por agências de publicidade ou anunciantes – também deverá ser modificada. “Queremos apenas conteúdos matadores, e não só os que preencham o tempo”, define o presidente de Cannes Lions. Como o festival será mais curto, o objetivo é ampliar o prazo para as sugestões de conteúdo, que este ano poderão ser feitas já a partir das próximas semanas.

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Para fomentar a participação no festival, Papa Neto conta que Cannes Lions também “premiará” as entidades que inscreverem 15 ou mais trabalhos para concorrer a um Leão em um ano com passes completos para a programação Young Lions, voltada à formação de profissionais de criatividade com até 30 anos. “Vamos distribuir este ano um total de 656 passes para as empresas que participaram do festival em 2017, e manteremos o mesmo esquema para 2018-2019.”

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