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Fevereiro rubro?

Futuro do País não é simples questão de opinião, mas sim uma responsabilidade coletiva

Por Basilio Jafet
Atualização:

Se o Brasil entrasse em guerra, certamente a grande maioria dos cidadãos o defenderia com a própria vida. Mas talvez algumas pessoas fizessem diferente: ficariam trancadas em casa, fugiriam ou até se tornariam aliadas do inimigo.

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O País tem muitas batalhas pela frente. Para vencê-las, precisará de todos ao seu lado. O combate ao desemprego, por exemplo, só será possível com a retomada da economia e a melhoria do ambiente de negócios.

A onda de otimismo que varre o País favorece o investimento e o desenvolvimento. Com a definição dos rumos traçados pelo novo governo, os setores produtivos começaram a reagir. Basta ver os recordes na Bolsa de Valores e os auspiciosos resultados do mercado imobiliário.

De acordo com a Pesquisa Secovi-SP, no penúltimo mês de 2018 as vendas de imóveis na capital paulista cresceram 35,6% em relação às registradas em outubro. Na mesma base de comparação, os lançamentos residenciais aumentaram quase 30%. E tudo indica que fecharemos o ano com um bom resultado.

Isso nos leva a traçar um cenário positivo. Acreditamos que 2019 será bastante saudável para o mercado imobiliário e para o conjunto da indústria da construção, que, após cinco anos de queda (de 2014 para cá o PIB do setor caiu mais de 25%), voltará a crescer.

Temos tudo para continuar nesta marcha, desde que certas correntes da sociedade deixem de trabalhar contra. Falamos daqueles que, por questões ideológicas ou corporativas, já revelam disposição em atrapalhar a retomada econômica.

É o que se vê nas greves anunciadas a partir de fevereiro. Grupos pretendem travar a nação, opondo-se a medidas que o governo federal tem de aprovar rapidamente para equilibrar as contas públicas e, mesmo, assegurar benefícios como a aposentadoria, o que só será possível com a reforma previdenciária. E tudo indica que a classe parlamentar começa a entender a situação, devendo avaliar e votar com a premência que o problema exige a proposta governamental que deve ser enviada em breve ao Congresso Nacional.

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A exemplo do Estado de São Paulo, a capital paulista também fez a lição de casa. No final do ano passado a Câmara Municipal aprovou a reforma previdenciária proposta por Bruno Covas. Conforme dados da Prefeitura de São Paulo, antes da reforma o rombo da previdência correspondia a 10% de todo o orçamento previsto pela gestão para 2019 (R$ 60 bilhões) e representa 91% de toda a arrecadação de IPTU prevista para este ano.

Sem a reforma, e de acordo com estimativas da Secretaria de Finanças, em poucos anos todo o montante arrecadado pelo IPTU seria consumido pelo pagamento de aposentadorias. A alternativa à reforma seria aumentar impostos e diminuir serviços. E cada vez mais, pois tratava-se do que chamamos de saco sem fundo.

A população brasileira revela maturidade. Compreende a caótica situação da Previdência e opta por corrigir o presente para garantir o futuro. Todavia, o endêmico e resistente corporativismo só poderá ser vencido se a opinião pública se posicionar firmemente, deixando claro que o Brasil está acima de interesses particulares. Mais ainda, que o tempo é de união em torno do País para que se aproveite a janela de oportunidade que este momento de boa vontade propicia.

Isso se mostra imprescindível, haja vista que a Previdência não é a única questão em xeque. Outras alas sociais prometem também combater medidas igualmente inadiáveis para sanear as contas públicas, como as privatizações, indispensáveis ao ajuste fiscal.

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Fácil aquilatar os efeitos perversos das paralisações programadas. Experimentamos isso no ano passado, quando a greve dos caminhoneiros destruiu a chance de retomada econômica já em maio de 2018, diminuindo o ritmo da retomada do emprego.

O Brasil não deve enfrentar de novo o mesmo dissabor. Como nunca, precisamos ter a totalidade dos brasileiros torcendo a favor, não contra. É hora de adotar uma só bandeira: a verde e amarela. Romper paradigmas. Abrir espaço para as transformações necessárias para a presente e as próximas gerações. Entender que o futuro do País não é simples questão de opinião, mas sim uma responsabilidade coletiva, uma construção de todos nós.

* PRESIDENTE DO SECOVI-SP, O SINDICATO DA HABITAÇÃO

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