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FGTS: apresentação de propostas acontece hoje

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical vão se reunir hoje com o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles. As centrais estão dispostas a brigar caso o governo insista em reter a multa de 40% do FGTS.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical vão hoje ao encontro com o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, dispostas ao confronto caso o governo insista em reter a multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como forma de fazer caixa para financiar a correção dos saldos do fundo provocados pelos Planos Verão e Collor 1. "Se o governo não retirar essa proposta da mesa, vamos sair da reunião prontos para marcar greves e manifestações por todo o País", avisou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. "Não vamos aceitar nenhum acordo em que as próprias vítimas - os trabalhadores - tenham de arcar com a dívida", completou o presidente da CUT, João Felício. Os dois sindicalistas discordam de todas as propostas até agora divulgadas por técnicos do governo, a maioria jogadas à imprensa como balão de ensaio, pois Dornelles não assumiu oficialmente nenhuma delas. O presidente da Social Democracia Sindical (SDS), Enílson Simões, também considerou inaceitáveis as propostas divulgadas até agora. Dornelles não acredita em acordo O ministro Dornelles reconheceu ontem ser improvável o fechamento de um acordo para o pagamento da correção de 68,9% nas contas do FGTS ainda hoje. Após cinco meses de negociações, o governo finalmente deve apresentar para as centrais sindicais, e amanhã para os empresários, suas propostas para equacionar a correção, que atinge cerca de R$ 40 bilhões. "Esperamos chegar a um acordo o mais breve possível e para isso todos terão de ceder", afirmou Dornelles. O ministro negou que o governo tenha intenção de transferir a correção para 2002. Dornelles afirmou que o governo está aberto a sugestões para resolver a pendência. " O economista José Márcio Camargo considera a utilização dos 40% da multa recisória para capitalizar o FGTS a melhor proposta entre as que surgiram para equacionar a questão. "Com certeza isso vai ter algum custo que terá se ser pago por alguém. Minha avaliação é de que a medida de menor custo, levando em conta os efeitos de curto prazo e os de longo prazo, seria a utilização da multa para capitalizar o fundo."

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