Publicidade

FGTS: Caixa paga R$ 3 bi neste mês

O pagamento dos expurgos do FGTS referentes aos planos Verão e Collor 1 colocará R$ 3 bilhões em circulação. A partir de amanhã, a Caixa começa a creditar os recursos nas contas, mas pagamento será escalonado. Crédito em dinheiro só a partir do dia 26.

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de R$ 3 bilhões estarão circulando, este mês, na economia devido ao pagamento do crédito complementar do Fundo de Garantida do Tempo de Serviço (FGTS) para os trabalhadores que têm até R$ 1 mil a receber. O crédito na conta de FGTS do trabalhador, referente à diferença de correção monetária verificada durante os planos Verão (janeiro de 1989) e Collor 1 (abril de 1990), foi feito hoje. A partir de amanhã, a Caixa começa a creditar os recursos correspondentes na conta corrente indicada pelos trabalhadores que assinaram o termo de adesão e que têm direito ao saque. O ministro do Trabalho, Paulo Jobim, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Valdery Albuquerque, pediram ontem para os trabalhadores não irem, em massa, às agências da instituição. Isso porque o pagamento será escalonado, dependendo da opção já feita no termo de adesão. Crédito em dinheiro a partir de 26 Para quem fez a opção por crédito em conta corrente em outro banco ou na própria Caixa, por exemplo, o recurso só começará a ser depositado amanhã e, mesmo assim, serão 400 mil contas a cada dia que receberão o crédito correspondente. Para o trabalhador que não indicou conta corrente para receber o crédito e, portanto, vai pegar o dinheiro na boca do Caixa, o cronograma só começa em 26 de junho e foi feito de acordo com a data de nascimento de cada um. "Tivemos que escalonar o pagamento porque não temos condições de atender a todo mundo ao mesmo tempo", explicou o presidente da Caixa. Regras do FGTS para sacar o dinheiro O ministro do Trabalho frisou que não são todos os trabalhadores que poderão sacar o dinheiro. Pelos cálculos da Caixa, 17 milhões de trabalhadores assinaram o termo de adesão até 31 de maio e, destes, 13,9 milhões têm até R$ 1 mil a receber por conta de FGTS. Cerca de 86% desses 13,9 milhões de trabalhadores colocarão o dinheiro no bolso porque preencheram algum dos requisitos legais de acesso ao saque, como a demissão sem justa causa e a aposentadoria. Os restantes 14% só terão o crédito na conta do FGTS. Ou seja, do pagamento total estimado este mês em R$ 3,5 bilhões, cerca de R$ 500 milhões ficarão retidos nas contas do Fundo de Garantia, sem direito a saque. Trabalhador pode ter mais de uma conta Em média cada trabalhador possui 2,5 contas de FGTS, o que corresponde ao mesmo número de extratos a receber. Portanto, cada extrato com menos de R$ 1 mil a ser pago eqüivale a uma conta e o dinheiro correspondente estará disponível no prazo estipulado no cronograma da Caixa para créditos até esse limite. Ou seja, o trabalhador poderá receber mais do que imagina, uma vez que os valores estão divididos em contas separadas. Além do crédito em conta corrente, que irá beneficiar cerca de 40% dos trabalhadores que fizeram a adesão porque não precisarão enfrentar filas, outros 10% receberão na folha de pagamento da empresa, junto com o salário de junho. É que a Caixa firmou convênio com esse objetivo com 56 mil empresas em todo o País. Cerca de 50% dos 13,9 milhões de trabalhadores, no entanto, terão que se dirigir a uma agência da Caixa, casa lotérica ou correspondente bancário para receber o dinheiro. Eles não deram outra opção de pagamento. Nesse caso, só a partir de 26 de junho é que devem procurar uma agência da Caixa os trabalhadores nascidos nos meses de janeiro, fevereiro e março. A partir do dia 3 de julho devem procurar a Caixa os nascidos no trimestre seguinte e assim sucessivamente, até 17 de julho, quando serão atendidos os trabalhadores nascidos no último trimestre do ano (meses de outubro, novembro e dezembro). Esse dinheiro estará disponível em lotéricas ou nos correspondentes bancários, com o cartão do cidadão, para o trabalhador que tiver até R$ 300 a receber. O superintendente Nacional do FGTS, Joaquim Lima, explicou que o trabalhador que preencheu o termo de adesão, mas ainda não recebeu o extrato, não precisa se preocupar. Por divergências cadastrais, como abreviatura do nome ou endereço inválido, a Caixa não pode mandar o extrato. Nesse caso o trabalhador deve procurar uma agência da instituição ou um posto de atendimento exclusivo do FGTS para fazer a correção. A consulta do extrato, para saber quanto vai receber, também pode ser feita via Internet, onde estão cadastradas 53,5 milhões de contas. Para quem ainda não assinou o termo de adesão do governo, o prazo termina em dezembro de 2003. Segundo a Caixa, após a entrega do termo, o pagamento para o trabalhador que tem até R$ 1 mil a receber será feito em 30 dias. Para quem tem mais a receber, a primeira parcela será paga em julho próximo e a segunda em janeiro de 2003.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.