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FGTS: CUT aconselha a entrar na justiça

A entidade está estimulando os trabalhadores moverem ações para conseguir a correção em suas contas de FGTS. O grande volume de ações pressionaria o governo a apresentar uma proposta para o pagamento de todos os trabalhadores.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Antônio Felicio, informou hoje que a entidade está estimulando as pessoas a ingressarem com ações na Justiça pedindo a correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como forma de pressionar o governo a pagar os expurgos praticados pelos planos econômicos Verão e Collor I. Segundo Felicio, nos últimos seis meses, mais de um milhão de trabalhadores já encaminharam ações à Justiça com o objetivo de conseguir a correção. Em 31 de agosto do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu o direito das pessoas a receberem a correção sobre os saldos originais de suas contas no FGTS. Hoje, o presidente da CUT pediu ao presidente do STF, Carlos Velloso, que o recebeu em audiência, que interceda junto à Presidência da República para acelerar as negociações sobre o pagamento dos expurgos. Segundo relato de Felicio após o encontro, Velloso lhe disse que deve encontrar-se em breve com o presidente Fernando Henrique Cardoso e se comprometeu-se a falar com ele sobre o assunto. O presidente da CUT afirmou que Velloso está preocupado com a situação, já que 70% das ações em tramitação no Supremo tratam de FGTS. Desde que o Supremo Tribunal Federal decidiu que os trabalhadores têm direito à correção relativa aos planos Verão e Collor I, centrais sindicais e o governo entraram em negociação. Segundo Felicio, o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, depois de sucessivos adiamentos, ficou de apresentar uma proposta no próximo dia 20. "Mas temos a informação de que a proposta vai ser muito ruim", afirmou o presidente da CUT. "Para nós, uma proposta ruim desrespeita a decisão do Supremo", concluiu. Felicio afirmou que o governo deveria criar um programa para "socorrer os trabalhadores falidos", a exemplo do que fez quando instituiu o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). Uma das propostas da CUT seria taxar o lucro dos bancos.

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