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FGV: alta das matérias-primas puxa avanço do IGP-M

Por ALESSANDRA SARAIVA
Atualização:

A intensificação na trajetória de aceleração de preços das matérias-primas (commodities) agrícolas, minerais e produtos siderúrgicos no atacado conduziu à taxa maior da segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que subiu 0,78% em março, ante alta de 0,46% em fevereiro. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele lembrou que esses produtos já mostravam sinais de elevação expressiva de preços no âmbito do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de março, mas não chegaram a puxar para cima o resultado daquele índice. "Mas, na segunda prévia de março, a aceleração (desses produtos) se intensificou, o que acabou elevando o resultado (do IGP-M)", afirmou. Entre os destaques, foram detectadas elevações de preços mais intensas, ou deflações mais fracas, em praticamente todas as principais commodities agrícolas no atacado. É o caso de milho (de -10,35% para -1,90%); soja (de 2,99% para 4,62%); trigo (de 2,93% para 8,94%) e café (de 1,65% para 4,14%). Isso fez com que a inflação no segmento de matérias-primas brutas comercializáveis, que representam basicamente o setor de commodities, quase dobrasse no atacado (de 2,84% para 4,97%). Porém, Quadros alertou que essas movimentações de preços não dão sinais de arrefecimento. "Esse aumento nos preços das matérias-primas não são uma questão de solução rápida e automática", afirmou. No segmento de bens intermediários, o destaque ficou por conta da elevação nos preços dos produtos siderúrgicos (de 0,16% para 1,32%). Isso porque esse tipo de produto tem sido influenciado por aumentos nos preços de matérias-primas usadas na cadeia siderúrgica - como é o caso do minério de ferro, por exemplo.

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