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FGV: alta do petróleo é vista como fator de elevado risco

Por ALESSANDRA SARAIVA
Atualização:

A alta nos preços do petróleo este ano foi percebida com grande preocupação por países de diferentes continentes, e se houver continuidade nesse cenário, isso poderá afetar o atendimento da demanda energética em mercados de várias nações. A informação consta de enquete especial da Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria pelo Institute for Economic Research at the University of Munich, ou Instituto IFO, e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com relatório das duas instituições, a manutenção de preços elevados de petróleo e gás natural é percebida como um fator de elevado risco no atendimento da demanda de energia e poderá levar a déficits em conta corrente insustentáveis na Ásia (Coréia do Sul, Taiwan, Tailândia, Índia, Bangladesh e Paquistão), África do Sul, Israel, Turquia e alguns países europeus (Portugal, Grécia, Espanha, Romênia, Bulgária, Croácia, Sérvia-Montenegro e Letônia). Ainda segundo comunicado das duas entidades, os especialistas consultados para análise informaram que o aumento do preço do petróleo estimulará empresas a investirem em tecnologias mais eficientes e "limpas" para a geração de energia. "Essa é uma avaliação destacada nos países da América do Norte, países europeus, Brasil, Chile, Costa Rica, Peru, Japão, Coréia do Sul, China, Taiwan, Tailândia e Filipinas", acrescentaram as organizações, em comunicado. A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia - simultaneamente - em todos os países da região.Em julho, a sondagem ouviu 117 especialistas em 16 países. Brasil A deterioração nas expectativas em relação à economia brasileira para os próximos meses derrubou o Índice de Clima Econômico (ICE) do Brasil na passagem do trimestre encerrado em abril para o de julho, que caiu de 6,5 pontos para 5,5 pontos. A informação consta da Sondagem Econômica da América Latina. As duas instituições calculam o Índice de Clima Econômico (ICE) de 12 países da América Latina. Resultados acima de cinco pontos nos ICEs dos países sinalizam "clima bom" no cenário macroeconômico, mas desempenhos abaixo de cinco pontos são classificados como ruins pelas duas entidades. Em comunicado, as instituições lembram que o ICE é formado por dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE). No caso do Brasil, de abril para julho, o ISA passou de 7,9 pontos para 7,2 pontos. No mesmo período, o IE recuou mais fortemente, caindo de 5,1 pontos para 3,8 pontos. "O resultado do IE abaixo de cinco pontos indica que as condições econômicas para daqui a seis meses são consideradas ruins", informaram as entidades. Ranking Entretanto, ao estabelecer um ranking entre 12 países da América Latina, mensurando o resultado dos ICEs das nações latino-americanas, as instituições informam que Uruguai, Peru e Brasil permanecem como líderes no ranking de clima econômico, ocupando respectivamente as primeira, segunda e terceira posições. Em contrapartida, as piores posições são ocupadas por México, Argentina e Equador, que estão em 10º; 11º e 12º lugares no ranking.

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