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FGV: alta do salário mínimo ajudou a ampliar inflação

Por Flavio Leonel
Atualização:

Os preços de serviços subiram 1,55% nas principais capitais do País na terceira quadrissemana de março (últimos 30 dias encerrados em 22/3), conforme apurou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), por meio do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S). A taxa do grupo Serviços foi superior à verificada na segunda quadrissemana (30 dias terminados em 15/3), de 1,29%, e ao resultado do primeiro levantamento do mês (30 dias até 7/3), de 1,17%. O coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, afirmou que o aumento recente autorizado pelo governo federal para o salário mínimo, de R$ 380,00 para R$ 415,00, também teria ajudado a inflacionar alguns serviços que são prestados à população nas sete capitais onde o indicador é apurado - São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. No início deste mês, quando o reajuste entrou em vigor, ele já havia antecipado a possibilidade deste impacto no grupo, que encerrou fevereiro com uma variação de 0,96% após subir 3,18% em janeiro. O grupo Serviços vem sendo monitorado mais atentamente por especialistas desde o ano passado. A análise geral é de que os preços do grupo passaram a refletir com maior intensidade a melhora da condição de vida do brasileiro, por conta do aumento do poder aquisitivo e do próprio cenário mais confortável da inflação no País, que geram uma maior demanda por itens não-comercializáveis. O aumento do salário mínimo seria apenas mais um ingrediente para este cenário. "Além das variações que já vinham acontecendo para os itens do grupo, tivemos exemplos de alta nos serviços de empregada doméstica", comentou Picchetti, que, no entanto, não demonstrou uma grande preocupação com o comportamento destes preços. "Está dentro do esperado", avaliou. Na terceira quadrissemana de março, o item líder do grupo em contribuição de alta para o IPC-S foi Refeição em Restaurante, que subiu 1,36% e contribuiu com 0,02 ponto porcentual da inflação geral de 0,23%. Na seqüência, no ranking de representatividade, vieram as altas de Tarifa de Passagem Aérea (7,57%) e Show Musical (3,63%). Quanto aos itens com impacto gerado pelo aumento do salário mínimo, o de maior contribuição para o índice geral ficou por conta de Profissional Para Reparos de Residência, com uma alta de 1,23%. Na seqüência, vieram Empregada Doméstica Mensalista (0,65%), Emprega Doméstica Diarista (0,83%), Dentista (0,47%), Serviços de Reparo de Automóvel (0,33%) e Médico (0,89%).

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