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FGV apura queda na confiança do consumidor

Por Alessandra Saraiva
Atualização:

O pessimismo quanto aos rumos futuros da economia do País derrubou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC). Em fevereiro, o resultado foi de queda de 1,4% na comparação com janeiro; em janeiro havia subido 0,1%. O cenário econômico puxou para baixo as intenções de compras de bens duráveis para os próximos seis meses, que também tiveram queda recorde este mês. O desempenho do ICC, passou de 95,9 pontos em janeiro para 94,6 pontos em fevereiro, o menor nível da série histórica do índice, iniciada em setembro de 2005. A escala de pontuação do índice é fixada entre 0 e 200 pontos. Quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor. O coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo, explicou que a maior influência para a queda do ICC foram as respostas relacionadas ao futuro da economia. De janeiro para fevereiro, subiu de 28,7% para 30,5% a parcela dos entrevistados que apostam em piora na economia nos próximos seis meses. Este tópico tem impacto direto nas intenções de compras de bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos. É um tipo de compra que envolve, quase sempre, financiamentos com prazos longos. A parcela de consumidores que planejam gastar mais com duráveis nos próximos seis meses caiu de 8% para 6,8%; já a dos que pretendem gastar menos, subiu de 38,1% para 40,2%. Para o economista da FGV, a menor intenção de compras de duráveis é uma péssima notícia para a indústria, que aguarda sinais de recuperação na demanda interna: "Para a indústria, de uma maneira geral, os resultados não são nada animadores." Os dados foram anunciados ontem pela FGV, que catalogou entrevistas em mais 2.000 domicílios, entre os dias 2 e 20 desse mês, para calcular o índice. A FGV também divulgou ontem, pela primeira vez, a série com ajuste sazonal do ICC, que mostrou outro dado nada animador: o aumento de 3% detectado em janeiro, não corresponde à realidade, e o índice ficou praticamente estável (0,1%) no mês. O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que apresentou queda de 0,8% em fevereiro após subir 1,2% em janeiro; e o Índice de Expectativas (IE), que apurou recuo de 1,7% esse mês após avançar 4,1% em janeiro.

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