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FGV: choque de preços agrícolas provoca alta do IGP-10

Por ALESSANDRA SARAIVA
Atualização:

Um "choque de preços agrícolas" no atacado conduziu à taxa maior do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) em julho, que ficou em 2%, ante 1,96% em junho. A análise partiu do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele explicou que a taxa de elevação de preços dos produtos agrícolas em julho, que foi de 4,66%, foi a mais intensa do ano. Entretanto, o economista destacou que esse avanço da inflação dos preços dos produtos agrícolas no atacado foi impulsionado basicamente por aumentos de preços em três itens: soja em grão (12,88%), bovinos (11,15%) e milho em grão (6,93%). Enquanto soja e milho sofrem impacto das movimentações de preços desses itens no mercado internacional - sendo que a soja está tendo que lidar com más notícias da safra norte-americana, afetada por enchentes no meio-oeste dos Estados Unidos -, os bovinos são afetados pela atual oferta reduzida no mercado interno, influenciada por abate de um número excessivo de matrizes há cerca de dois anos. Quadros explicou que, no âmbito geral do IGP-10, há mais itens em desaceleração do que em aceleração em julho, na comparação com junho. A inflação foi mais fraca, por exemplo, na construção civil e no setor industrial. "Temos muitos elementos puxando o índice para baixo. Mas esses três itens, soja, bovinos e milho, subiram muito de preço", disse. Na análise do economista, a possibilidade de trajetória de desaceleração nos IGPs, aventada nas últimas apurações dos índices, calculados pela FGV, ainda pode ocorrer no segundo semestre. "O processo de desaceleração dos IGPs foi retardado, mas não abortado", disse, comentando que os choques de preços no setor agrícola no atacado são difíceis de prever. Por isso o IGP-10 apresentou esse salto em julho.

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