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FGV eleva previsão de IPC-S de março para perto de 1%

Por MARIA REGINA SILVA
Atualização:

A forte aceleração da inflação de alimentos entre a primeira e a segunda leitura do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de março levou o coordenador do indicador, Paulo Picchetti, a elevar a projeção para o dado fechado do mês para perto de 1,00%. A estimativa anterior do professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) para o IPC-S era de alta de 0,70%. "Com esse comportamento de Alimentação, é inevitável não fazer a revisão", argumentou nesta segunda-feira, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado. O grupo Alimentação subiu 1,59% na segunda quadrissemana do mês, ante 1,17%. O IPC-S, por sua vez, atingiu 0,84%, depois de um aumento de 0,71% na pesquisa anterior.Picchetti ressalta que, além das hortaliças e legumes (19,10%), nas próximas leituras o IPC-S deve ganhar pressão adicional de outros alimentos, como carnes bovinas, dos laticínios e dos ovos, que estão subindo no atacado. Segundo ele, já há alguns itens alimentícios que estão desacelerando a queda, enquanto outros passaram a subir. "É uma combinação do que já estamos vendo no varejo com o que está acontecendo no atacado. Já está chegando e tem mais encomendado", avaliou.O tomate foi o produto que teve a maior variação no IPC-S da segunda quadrissemana do mês, de 42,56%, seguido da batata inglesa (27,40%). Conforme Picchetti, o item deve avançar ainda mais, dado que pesquisas recentes da FGV apontam aumento de 60%. "A alta de Alimentação, que está muito ligada ao clima (seco), surpreendeu e deve subir mais. Veja só o tomate, que já tem alta de quase 43%", disse.Além da influência dos alimentos no índice, o economista também chama a atenção para a aceleração nos preços dos combustíveis, especialmente do etanol. No IPC-S da segunda quadrissemana, a variação do álcool combustível foi de 1,91%, enquanto a da gasolina foi de 0,28%. "O etanol está subindo em torno de 3% nas pesquisas de ponta (mais recentes)", contou.A despeito do fim do impacto dos reajustes dos cigarros e das tarifas de ônibus no Rio de Janeiro no IPC-S, Picchetti afirmou que esse alívio não foi o bastante para limitar o avanço do IPC-S da segunda medição de março. "Quando avaliamos o que está saindo e que já estava na conta, dá uma contribuição muito aquém, insuficiente para compensar o aumento dos alimentos", avaliou.

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