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FGV: IGP-M em 12 meses é o maior desde 2003

Por ALESSANDRA SARAIVA
Atualização:

A taxa acumulada em 12 meses do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) até junho, de 13,27%, é a mais forte desde outubro de 2003, quando o índice acumulou elevação de 17,32%. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Porém, ele comentou que, mesmo com as altas de preços detectadas na segunda prévia do IGP-M de junho, o índice fechado do mês pode ficar abaixo de 2%. Ele lembrou que a primeira prévia do índice registrou taxa de 1,97%, mais elevada do que a apresentada pela segunda prévia (1,83%). Ou seja: entre a primeira e a segunda prévia do IGP-M houve menor avanço de preços. "Temos novas pressões de elevações de preços que estão entrando no cálculo do índice. Mas temos outros aumentos de preços que estão perdendo força", afirmou. Entre os exemplos citados de provável desaceleração, até o fechamento do índice de junho, estão os preços de óleo diesel e de minério de ferro, que se posicionam ainda com taxas de elevação expressivas de preços, de 5,26% e de 10,57% respectivamente. Quadros considerou que essas elevações já devem ter atingido seu auge. O economista explicou que tanto o óleo diesel quanto o minério de ferro sofreram reajustes de preços específicos, promovidos pela Petrobras e pela Vale, que não voltarão a acontecer até o final do mês. Entretanto, ele comentou que, mesmo a possibilidade de uma taxa abaixo de 2% no IGP-M de junho "não muda nada" em termos de política econômica. As evoluções de preços continuam exigindo atenção e acompanhamento cuidadoso, por parte do Banco Central, na análise do economista. Ele lembrou ainda que o BC não observa resultados de curto prazo, e sim um horizonte mais longo no cenário da inflação - e outras pressões de preço podem surgir.

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