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FGV: indústria está confiante no mercado interno

Por Paula Puliti
Atualização:

A pausa na redução dos juros básicos da economia brasileira (taxa Selic) parece ainda não ter acendido a luz amarela para os empresários. A Sondagem da Indústria de Transformação - Quesitos Especiais, divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra confiança na continuidade da força da demanda interna. Mas os dados revelam, também, o aprofundamento da percepção de que a economia dos Estados Unidos vai desacelerar e, como resultado, reduzir a demanda externa por produtos brasileiros nos próximos meses. Essas são as principais conclusões da Sondagem, segundo o coordenador da pesquisa, Aloísio Campelo. Para ele, não fosse a expectativa em relação aos EUA, os dados da pesquisa seriam ainda mais positivos. A Sondagem mostra que 76% das empresas entrevistadas pretendem elevar em mais de 5% os investimentos em relação à pesquisa referente a 2007. E metade delas pretende aumentar mais de 10%. "É um dado muito positivo", observou Campelo. O setor de bens de capital (máquinas e equipamentos) é o mais otimista. Segundo a Sondagem, 87% das empresas estimam aumento do faturamento no ano que vem e apenas quatro, redução. Na pesquisa referente a 2007, 65% projetavam alta na receita e sete, queda. No detalhamento por segmento, material de transportes, que inclui montadoras, 92% estimam aumento da receita e nenhuma prevê redução. Os outros setores com projeções favoráveis de vendas são mecânica, minerais não-metálicos, produtos alimentares, têxtil, material elétrico e de comunicações, química, vestuário e calçados e celulose e papel. Com evolução desfavorável estão produtos farmacêuticos e metalurgia/siderurgia, esse último fortemente ligado ao mercado externo, segundo Campelo. Emprego A pesquisa também mostra um movimento bastante favorável para o emprego no ano que vem. O setor de bens de capital lidera nesse campo também: 67% das empresas pretendem contratar no ano que vem e apenas 1% pensa em demitir. Na pesquisa anterior, 52% estimavam aumento do emprego e 1%, queda. Já nos segmentos de vestuário e calçados, têxteis (86,3%) e produtos farmacêuticos (64,3%), houve queda nas intenções de contratação. "Muito mais porque têm capacidade ociosa do que por estimativa de queda na produção", sublinhou o coordenador da pesquisa.

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