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FGV: indústria ignora crise financeira e segue aquecida

Por Paula Puliti
Atualização:

A crise nos mercados financeiros não chegou à indústria. É isso o que mostram os números da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação Ibre-FGV (Fundação Getulio Vargas), divulgada hoje. A coleta de dados aconteceu entre 01 e 28 de agosto, o que torna esta sondagem a primeira a refletir a percepção dos empresários no atual ambiente de turbulência financeira. "Em nenhum quesito notamos qualquer sinal de pessimismo", disse o coordenador da pesquisa, Aloísio Campelo. O que se vê, ao contrário, é que o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) em agosto, de 85,7%, é o mais alto desde abril de 1995 (85,9%). Outro dado que chamou especial atenção é o dos estoques. Pela primeira vez, também desde abril de 1995, a proporção de empresas com estoques insuficientes (7%) supera a de empresas com estoques excessivos (4%). A mistura de baixos estoques e forte uso da capacidade imediatamente sugere que a indústria está aquecida, ajudando também a explicar o otimismo da indústria. "De fato, a indústria está aquecida e com boas perspectivas para os últimos meses do ano", continuou Campelo. Mas destacou, em seguida, que há inúmeros sinais de investimentos em curso, afastando, segundo ele, pressões inflacionárias por parte da indústria de transformação. Ainda assim, há exceções. Quatro gêneros pesquisados, de um total de 21, correm risco maior de enfrentar gargalos na equação oferta/demanda e, em conseqüência, sofrer algum aumento de preços: metalurgia (metais não-ferrosos, latas e outros produtos de metal para construção, como alumínio); mecânica (tratores para construção e agricultura e máquinas de terraplanagem); material de transportes (fabricação de automóveis e utilitários e caminhões); e produtos alimentares (abate de animais e conservas de carnes e preparação do leite e fabricação de produtos).

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