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FGV: inverno será teste para inflação dos alimentos

Por ALESSANDRA SARAIVA
Atualização:

A inflação mais baixa em seis das sete cidades pesquisadas para cálculo do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), na semana encerrada em 22 de junho, pode não ser um cenário sustentável. O alerta partiu do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. De acordo com ele, o fator que mais contribuiu para as taxas menores de elevação de preços nas seis capitais foi o avanço menos intenso de preços dos alimentos - que, por sua vez, foram influenciados por desacelerações de preços de itens in natura. "Os meses em que os preços dos in natura mais sobem são janeiro e julho, por causa das mudanças no clima. Vamos ver como a oferta dos alimentos in natura vai ficar no inverno", afirmou. Ele explicou que o comportamento dos preços dos alimentos in natura é errático e dependente de mudanças climáticas. Caso o inverno seja muito rigoroso, isso pode prejudicar a oferta dos itens, que são de lavoura curta - o que pode conduzir a aumentos mais intensos de preços dos itens. O bom comportamento dos preços dos in natura foi visível no âmbito do IPC-S de São Paulo, que subiu menos (de 1,23% para 0,97%), devido à desaceleração de preços dos alimentos na cidade (de 3,29% para 2,63%). Houve forte recuo na taxa de elevação de preços das hortaliças e legumes (de 9% para 3,52%), entre o IPC-S de 15 de junho e o de 22 de junho. Além disso, a inflação na cidade também foi puxada para baixo por aumentos mais fracos em derivados do trigo, como massas e farinhas (de 4,74% para 3,72%); e panificados e biscoitos (de 4,43% para 2,77%). O mesmo ocorreu no Rio de Janeiro, cujo IPC-S também desacelerou (de 1,09% para 0,88%), na passagem da quadrissemana de até 15 de junho para o índice de até 22 de junho. No período, houve menor avanço nos preços dos alimentos (de 3,06% para 2,46%). Braz fez outro alerta: os preços das carnes e do feijão estão subindo mais nas capitais. Isso pode ajudar a impulsionar o avanço da inflação nas sete cidades, nas próximas apurações do IPC-S. No caso de São Paulo, houve aumentos mais intensos nos preços de feijão carioquinha (de 0,76% para 7,5%); e carne bovina (de 8,56% para 9,69%), entre a quadrissemana encerrada em 15 de junho para o índice de até 22 de junho.

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