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FGV: maior responsável por IGP-M menor é a soja

Por Flavio Leonel
Atualização:

O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, afirmou hoje, em entrevista coletiva à imprensa, que a queda observada no preço da soja em grão no atacado foi o principal item responsável pela desaceleração do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), de 0,74% para 0,69%, entre os meses de março e abril. No período, a soja recuou 7,81%, ante elevação de 1,87% do mês anterior, e contribuiu sozinha com um alívio de 0,45 ponto porcentual da taxa total do mês apurada pela FGV. "Foi o item maior responsável pelo indicador geral menor, que poderia ter sido ainda mais baixo, caso alguns itens do próprio lado agropecuário não tivessem apresentando tendência de alta maior", ressaltou Quadros. Entre os maiores exemplos citados por Quadros, de que as pressões do lado agropecuário permanecem resistentes, os destaques ficaram por conta do tomate, que variou 35,56%, ante 33,33% de março, e dos bovinos, que subiram 4,12%, ante 1,68% do mês anterior. O primeiro item respondeu por 0,23 ponto porcentual do IGP-M. O segundo, por sua vez, representou 0,16 ponto porcentual da taxa geral do mês. Na avaliação do coordenador, enquanto a tradicional volatilidade do preço do tomate tende a trazer o valor do item para o terreno de quedas, o segmento de bovinos é um forte candidato a elevar a pressão de alta dentro da parte agropecuária do Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% do IGP-M. Segundo ele, será difícil a parte agrícola deste subindicador manter a queda apurada em abril, de 1,19%. Além da questão dos bovinos, ele alertou que o preço da soja, item de maior peso na composição do IGP-M, deverá voltar a trazer impactos de alta sobre o indicador. "A soja não deve continuar caindo tanto nas próximas medições", comentou. "Esta queda observada em abril, embora tenha coincidido com a safra melhor deste grão no País, teve muito mais ligação com os preços internacionais. Durante o mês, houve aquele período de ajustes para baixo, mas, de acordo com as informações recentes que temos, ela deve até deixar de ficar negativa", explicou.

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