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FGV: preços de alimentos aliviam 2ª prévia do IGP-M

Por ALESSANDRA SARAIVA
Atualização:

Quedas e desacelerações de preços no setor de alimentação, tanto no atacado quanto no varejo, levaram à taxa menor da segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que subiu 0,48% em novembro, ante alta de 0,86% em igual prévia do mesmo indicador em outubro. A análise é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. De acordo com ele, no atacado, elevações de preços menos intensas, e até mesmo deflações, atingiram tanto os segmentos de grãos quanto os de alimentos in natura. No caso dos grãos, os destaques ficaram por conta das desacelerações de preços em soja (de 8,32% para 2,99%) e milho (de 9,12% para 3,90%). No caso dos preços dos alimentos in natura, a inflação no segmento perdeu força (de 5,82% para 3,45%), na passagem da segunda prévia de outubro para igual prévia em novembro, principalmente pela despencada de preços em legumes e frutas (de 9,11% para 1,71%). Esses fatores levaram à desaceleração do Índice de Preços por Atacado (IPA), de 1,15% para 0,68%, no mesmo período. No varejo, mais de 80% da forte desaceleração de preços medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) (de 0,25% para -0,08%) foi originada da queda nos preços dos alimentos (-0,50%), na segunda prévia do IGP-M de novembro. Entre os destaques de queda e elevação de preços menos intensa nesse segmento estão as movimentações de preços em frutas (de 8,62% para 0,02%); hortaliças e legumes (de 1,12% para -1,80%) e adoçantes (de -2,12% para -5,03%), no período. Carne bovina Mesmo com o setor de alimentação como um todo apresentando quedas e desacelerações, o preço da carne bovina continua em alta, tanto no atacado quanto no varejo. De acordo com Quadros, o aumento mais intenso de preços desse item é mais perceptível no atacado - onde a elevação de preço dos bovinos passou de 1,19% para 5,14%, da segunda prévia do IGP-M de outubro para igual prévia em novembro. "O setor atualmente passa por um período de entressafra prolongado", disse o economista. Ele observou que o período de "entressafra" da carne bovina - quando se reduz a quantidade de cortes do produto -, sempre ocorre no segundo semestre. Entretanto, o período de entressafra desse setor normalmente não se estende até meados de novembro. Para o coordenador, o período de seca prolongado em algumas regiões criadoras de gado prejudicou o pasto e afetou o peso dos animais. Isso fez com que os produtores reduzissem o patamar de cortes, para não perder rentabilidade, diminuindo assim a oferta do item no mercado interno.

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