30 de maio de 2013 | 02h07
A expansão de 0,6% da economia brasileira no primeiro trimestre não deve se sustentar nos próximos meses e a tendência é de fique abaixo disso no segundo trimestre, na avaliação do economista Silvio Sales, da Fundação Getúlio Vargas.
"A mensagem das sondagens é de que esse PIB (Produto Interno Bruto) provavelmente não deve se manter nesse ritmo", disse o ex-gerente de coordenação da pesquisa industrial do IBGE. Segundo o economista, as sondagens elaboradas pela FGV mostram um ritmo de atividade econômica mais moderado nos próximos meses e uma percepção de que os consumidores estão mais preocupados com a situação financeira.
"De maneira geral, as sondagens do comércio, de serviços e de construção (dados de abril) têm mostrado, a partir do segundo trimestre, uma tendência declinante na percepção das empresas", argumentou.
A desaceleração gradual na margem de criação de emprego formal no País e a crescente preocupação com a inflação - que tem apresentado um aspecto disseminado entre os vários itens - também contribuem para uma percepção menos otimista de empresários e consumidores sobre o momento atual e as expectativas da economia brasileira. "O nível de atividade não vem respondendo aos estímulos concedidos lá trás pelo governo."
Sales afirmou que havia uma grande expectativa no mercado de que o PIB do primeiro trimestre fosse acentuar uma tendência de aceleração da economia, que vinha dos dois trimestres anteriores. "Isso não se concretizou, o que dificulta ainda mais o entendimento das perspectivas futuras", comentou.
Para o economista da FGV, o aumento do PIB na margem de 0,6%, abaixo da expectativa do mercado, de expansão de 1%, reforça a tese de que o modelo de crescimento econômico baseado no estímulo ao consumo estaria se esgotando. "Há uma percepção de que esse canal de estímulo ao consumo estaria dando sinais de não ter o mesmo dinamismo do passado."
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