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FGV: produtos industriais puxam alta do IGP-M

Por ALESSANDRA SARAIVA
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O fim das deflações nos preços agropecuários (de -1,86% para 0,31%) e industriais (de -0,83% para 0,42%) no setor atacadista levou ao término na queda de preços mensurada pela primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que passou de -0,68% para 0,28% entre agosto e setembro. Porém, o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros comentou que, mesmo com o impacto expressivo de preços agropecuários mais caros, o setor industrial teve maior influência na formação da taxa positiva da primeira prévia de setembro. Os preços industriais pesam, em média, três vezes mais do que os agropecuários no cálculo da inflação no atacado, medida pelo IGP-M.No setor industrial, o economista chamou a atenção para o comportamento de preços de alimentos processados, que não estão mais em deflação (de -2,53% para 1,14%). O açúcar cristal é o principal motivo para essa reviravolta de preços no setor, e mostra inflação de 10,72% na primeira prévia do IGP-M de setembro - sendo que, em igual prévia deste mesmo índice em agosto, o preço deste produto caía 8,34%. "Nem todos os alimentos processados estão caindo. Na verdade, o efeito de elevação nos preços dos alimentos processados foi muito concentrado no açúcar cristal", afirmou o especialista. Na semana passada, a FGV já havia alertado para o avanço dos preços do açúcar no atacado. Isso porque houve uma quebra de safra na Índia, o que levou ao deslocamento de açúcar brasileiro para abastecimento do mercado externo, reduzindo a oferta do produto no mercado interno.A alta nos preços industriais não ocorreu somente nos alimentos. O técnico da fundação observou que alguns itens e setores que sofreram com o recuo brusco na demanda internacional, causado pela crise global, apresentam deflação mais fraca ou não estão mais caindo de preço. É o caso de produtos siderúrgicos (de -1,67% para -0,13%) e indústria química (de -0,27% para 0,88%).Já no setor agropecuário, o destaque fica por conta dos alimentos in natura, cuja taxa de variação de preços saltou de uma queda 1,50% para um avanço de 4,40%, da primeira prévia de agosto para igual prévia em setembro.No varejo, a aceleração de preços junto ao consumidor, da primeira prévia de agosto para igual prévia em setembro (de 0,01% para 0,10%) também foi influenciada por alimentos in natura. Houve fim de deflação e aceleração de preços, respectivamente, em hortaliças e legumes (de -4,87% para 4,16%); e frutas (de 2,01% para 6,56%).

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