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FGV vê pouco efeito da crise em planos de investimento

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Por Redação
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A recente turbulência dos mercados mundiais deve ter pouco efeito sobre as decisões de investimento das indústrias brasileiras, que pouco antes da crise planejavam maiores gastos neste ano que no anterior, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nesta segunda-feira, uma sondagem da FGV mostrou que a maioria das indústrias pretende investir mais neste ano. O levantamento foi feito em julho, antes de problemas no setor de crédito de alto risco dos EUA levar os investidores mundiais a uma fuga de ativos de risco. Para Aloisio Campelo, responsável pelo indicador, os dados não devem sofrer mudanças significativas na próxima pesquisa, que abrangerá o mês da crise, iniciada em agosto. "Ainda é cedo para falar com certeza sobre o impacto da crise, porque não sabemos a extensão dela, mas temos setores que estão operando quase a plena carga e o mercado interno vai muito bem, então não acho que o impacto dessa crise vai gerar um efeito imediato tão rápido que fará esses setores cancelarem os investimentos", disse Campelo. Entre esses setores industriais, o economista citou Mecânica e Metalurgia. Segundo ele, setores com menor urgência de ampliação da capacidade podem adiar os investimentos até que se saiba com exatidão o tamanho da crise. "Você tem segmentos que estão se recuperando mas têm ociosidade e estão fazendo investimentos com prazos curtos, como compra de máquinas, que podem ser de certa forma postergados por conta da turbulência", disse Campelo. "Se ele tem ociosidade e há uma turbulência que não se sabe exatamente o tamanho, há uma certa cautela... Mas se não houver uma grande quebra de um banco, se os bancos centrais continuarem apoiando os mercados, esses investimentos voltam a crescer daqui alguns meses." Segundo a sondagem, em julho, das 688 indústrias consultadas, 60,2 por cento previam mais investimentos em 2007 que no ano passado, em termos reais, e 39,8 projetam investir menos. O setor de bens intermediários é o que mais via investimentos no segundo semestre do ano. Os segmentos de bens de capital e materiais de construção previam um arrefecimento, segundo a pesquisa. "O conjunto de resultados mostra haver uma relação entre os segmentos que estão com o nível de utilização da capacidade elevado e os que estão com maior ímpeto para investir", disse a FGV em nota. O levantamento foi feito entre 2 e 31 de julho em 24 Estados. (Por Vanessa Stelzer)

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