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Fiat dispensa empregados e para por 48 horas no país

Montadora manda para casa 300 trabalhadores de Córdoba por falta de material importado para fabricar veículos

Por BUENOS AIRES
Atualização:

A montadora Fiat dispensou ontem, por 48 horas, 300 operários de sua fábrica no município de Ferreyra, na província de Córdoba, região central da Argentina.A versão oficial da empresa indica que a fábrica precisava readaptar as linhas de montagem destinadas aos novos modelos Palio e Siena. No entanto, os representantes do Sindicato dos Mecânicos do Transporte Automotivo (Smata) afirmam que, além das novas linhas, a fábrica teve de paralisar sua produção na área de chapas e estampados durante dois dias por causa da falta de insumos importados.Segundo Leonardo Almada, assessor do sindicato, "o problema principal é que não chegaram a Córdoba as matrizes para fazer o novo modelo do Fiat Palio, que estão em trânsito", paralisadas na alfândega. Durante a suspensão os trabalhadores receberão 75% dos salários. Além dos operários da Fiat, também foram mandados para casa 300 trabalhadores da fábrica de autopeças Gestamp, fornecedora da montadora italiana. Escassez. As restrições às importações aplicadas pelo governo da presidente Cristina Kirchner estão provocando escassez de insumos aos mais diversos setores industriais. De forma geral, os veículos montados na Argentina têm índice médio de 70% a 80% de peças importadas. Em janeiro, a Fiat havia suspendido a produção dos modelos Palio e Siena em Córdoba por causa falta de insumos para a produção. Na ocasião, a fábrica deixou de produzir 1.400 carros. Do total produzido pela Fiat argentina, 80% dos veículos são destinados ao mercado brasileiro. Desde 2011 o setor automotivo reclama da dificuldade para a entrada de autopeças e pneus. Desde novembro, os importadores precisam apresentar, antes do pedido de importação, todos os documentos bancários envolvidos na transação, para ser analisados pela Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), a receita federal argentina.Mas, a partir de 1.º de fevereiro, a situação agravou-se com a resolução n.º 3.252 da Afip, que determina que todas as empresas que desejem importar terão de apresentar, previamente, um relatório ao organismo de arrecadação tributária e outros órgãos do governo, denominado Declaração Juramentada Antecipada de Importação (DJAI). No entanto, a declaração não é suficiente para importar, já que o importador precisa esperar pela resposta do governo sobre o seu pedido, sem prazo definido.O objetivo do governo argentino é evitar o encolhimento do seu superávit comercial.

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