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Fiat e sindicatos acertam suspensão de dispensas até o dia 11

Fornecedoras da montadora e sindicato de Betim vão aguardar duas semanas para avaliar situação do mercado

Por Raquel Massote e da Agência Estado
Atualização:

As empresas fornecedoras da Fiat e o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, decidiram nesta quinta-feira, 22, aguardar pelo menos mais duas semanas para avaliar a real situação de mercado e então discutir novas formas de flexibilização de contratos de trabalho. Até o dia 11 de fevereiro, conforme acertado, as demissões na maioria das empresas ficarão suspensas.   Veja também: Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise    Estiveram reunidos representantes de 18 fornecedoras de autopeças incluindo a Fiat e o sindicato. O acerto, porém, não inclui as 599 homologações já agendadas no sindicato até o final deste mês   O porta-voz das empresas Adauto Duarte informou que cerca de 40% das empresas que estiveram reunidas hoje poderão realizar uma negociação individual com o sindicato, mas a intenção da maioria delas é avaliar nos próximos 15 dias os impactos da oferta de linhas de crédito para os bancos das montadoras, redução do IPI incidente sobre a venda de automóveis e a diminuição da taxa básica de juros decidida ontem pelo Copom. "A grande maioria das empresas acredita em uma melhora da economia, mas o nível de emprego é determinado pela demanda", afirmou o porta-voz.   Entre as questões discutidas nesta quinta, em reunião realizada no Centro de Negociações Coletivas da Federação das Indústrias do Estado (Fiemg), foram apresentadas propostas como a redução de jornada de trabalho com ou sem redução de salário, suspensão dos contratos, férias em três períodos por ano, licença remunerada e banco de horas.   O Sindicato informou na quarta-feira que o número de demissões homologadas pelas empresas na região de Betim chegou a 4.702 no ano passado, um aumento de 66% em relação a 2007. Somente a Fiat demitiu 844 funcionários no ano passado, incremento de 226% na comparação com 2007. Com o agravamento da crise, o ritmo de demissões aumentou. Conforme o sindicato, no período entre outubro e dezembro de 2008, o crescimento foi de 405% em relação ao mesmo período de 2007, para 1.637 dispensas.   Em janeiro, já foram feitas outras 274 demissões de metalúrgicos no cinturão de empresas fornecedoras da Fiat e outras 599 homologações já foram agendadas para o mês de janeiro o que elevará o número para 873 demissões no primeiro mês do ano. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Marcelino da Rocha, a suspensão das demissões por este período servirá para diminuir a apreensão dos trabalhadores.

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