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Fiat vai assumir 35% de participação na Chrysler

Segundo notícia informada pelo canal de televisão CNBC, acordo não envolve investimento em dinheiro

Por Marcilio Souza e da Agência Estado
Atualização:

A Chrysler anunciou nesta terça-feira que junto com a Fiat e o fundo de investimentos Cerberus Capital Management assinou acordo para a criação de uma aliança global em que a montadora italiana deterá participação de 35% na rival norte-americana. Veja também: Fiat e Chrysler negociam acordo De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  A Chrysler informou que a aliança, que será um elemento importante em seu plano de viabilidade, vai dar à empresa acesso a plataformas de veículos com consumo eficiente de combustível, motores e componentes que serão produzidos em suas próprias fábricas. A Fiat receberá inicialmente uma participação de 35% na Chrysler e a aliança não envolve investimento em dinheiro da Fiat na Chrysler e nem um compromisso de financiamento na Chrysler no futuro. A notícia foi informada inicialmente pelo canal de televisão CNBC. O acordo dá à Chrysler recursos de distribuição em importantes mercados em crescimento, bem como oportunidades de economias substanciais de custos. As notícias sobre o acordo transatlântico surgiram depois que políticos tiveram dificuldades em moldar uma resposta coordenada à pior crise que atingiu o setor automotivo em décadas. A participação na Chrysler - que pode ser maior segundo o vice-presidente-executivo da Fiat, John Elkann - dará à montadora italiana a escala necessária para sobreviver. A Chrysler poderá expandir seu portfólio para incluir carros menores e que poluem menos, para se adequar aos critérios de acesso a fundos norte-americanos. O presidente da montadora norte-americana, Bob Nardelli, informou empregados em uma carta que o governo Obama irá fornecer US$ 4 bilhões em financiamento inicial à Chrysler. A economia de recursos decorrente da colaboração é estimada entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões, informou o Wall Street Journal. "Compartilhar tecnologia deve, inevitavelmente, economizar recursos", disse Harald Hendrike, analista do Bank of America Merrill Lynch. "A Fiat está considerando a Chrysler uma forma barata de entrar novamente no mercado norte-americano." Mas o otimismo da Fiat em relação ao acordo foi surpreendente, dado que "o que a Daimler ou empresas de private equity não conseguiram solucionar não deverá ser solucionado pela Fiat", acrescentou o analista. O acordo da Fiat é o mais recente de uma série de alianças formadas por montadoras para cortar custos e melhorar as margens de lucro. Analistas questionaram se a Chrysler sobreviveria sem uma parceria. A maioria das vendas da companhia é realizada no mercado norte-americano, onde registrou uma queda de 30% no último ano.

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