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Fibria mantém gestão de dívida; vê investimento estável em 2010

Por Stella Fontes
Atualização:

Após anunciar o segundo lucro trimestral consecutivo depois do auge da crise financeira, a Fibria, empresa resultante da fusão entre VCP e Aracruz, afirmou que está dando sequência ao plano de gestão do passivo financeiro e deverá manter estáveis os investimentos programados para 2010, em relação ao aportado em 2009. Ao final do terceiro trimestre, a dívida líquida da Fibria estava em 13,084 bilhões de reais, ante 13,425 bilhões de reais no fechamento do intervalo imediatamente anterior. O elevado endividamento da companhia é resultado de perdas com derivativos e dispêndios para incorporação da Aracruz pela VCP. Em teleconferência com jornalistas para comentar o desempenho trimestral, o diretor de tesouraria e relações com investidores da Fibria, Marcos Grodetzky, informou que, em linha com a estratégia de gestão da dívida, a companhia está finalizando duas operações de pré-pagamento de exportações no valor de 1,2 bilhão de dólares, com prazos de 5 e 7 anos. A operação faz parte do plano iniciado com a venda da unidade de Guaíba para concorrente chilena CMPC, seguida pela emissão de 1 bilhão de dólares em bônus, permitindo a redução da "dívida remanescente das operações com derivativos para menos de 20 por cento do seu valor original", apontou a Fibria em relatório. "Temos recursos entrando ao longo de dezembro e janeiro, o que vai reduzir ainda mais a alavancagem", afirmou o executivo nesta segunda-feira. Às 13h, as ações da VCP subiam 3,1 por cento enquanto as da Aracruz operavam em alta de 3 por cento e o Ibovespa apontava valorização de 1,72 por cento. Conforme Grodetzky, a diretoria da Fibria já encaminhou a proposta de investimentos para 2010 ao conselho de administração, que ainda deve aprovar o orçamento. Os aportes, contudo, devem ficar estáveis em relação a 2009, em aproximadamente 1,5 bilhão de reais. "O investimento em expansão deve cair porque em 2009 ainda havia (aportes) em Três Lagoas", acrescentou. PREÇOS O executivo afirmou ainda que a combinação de melhora na demanda e desvalorização do dólar foi determinante para os seis reajustes consecutivos anunciados para a celulose neste ano, porém não adiantou se há negociações para novo aumento. "Não temos notícia de novo reajuste", comentou. Em novembro, entrou em vigor o sexto aumento de preços, que elevou a 700 dólares por tonelada a cotação da celulose de fibra curta no mercado europeu. A Fibria registrou no terceiro trimestre deste ano seu segundo lucro consecutivo, na esteira do impacto positivo do câmbio expresso na linha financeira e da contínua melhora na demanda e nos preços da celulose. O período também foi marcado por recorde de produção, com 1,4 milhão de toneladas. A companhia registrou lucro de 181 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo perda de 586 milhões de reais um ano antes, influenciado principalmente pelo efeito da valorização do real, de cerca de 10 por cento no período, sobre a dívida. Isso gerou uma receita financeira com variação cambial de 875 milhões de reais. O Ebitda da Fibria, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, totalizou 426 milhões de reais, frente a 498 milhões de reais no mesmo período de 2008. A receita líquida ficou em 1,402 bilhão de reais, em comparação a 1,407 bilhão de reais entre julho e setembro do ano passado. Conforme Grodetzky, a queda no volume comercializado de celulose na comparação com o segundo trimestre, para 1,276 milhão de toneladas, deveu-se à postergação do embarque de 112 mil toneladas da matéria-prima, para o último trimestre, em razão da uniformização de práticas de VCP e Aracruz.

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