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Fiesp acusa "agiotagem oficial" em seminário com Meirelles

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Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Roberto Faldini, chamou a política monetária do governo Lula de "agiotagem oficial" em seminário sobre os rumos da economia do País, do qual está participando o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Faldini afirmou que as empresas estão se enfraquecendo "porque vêm transferindo seu patrimônio ao governo, via tributos e ao sistema financeiro via taxa de juros". Segundo ele, o custo do dinheiro no mercado financeiro está hoje entre 40% e 200%. "Depois de ouvir durante nove anos que os juros iriam baixar, as recentes declarações das nossas autoridades têm o desagradável sabor de requentado", afirmou o executivo, durante a apresentação para cerca de 200 empresários em um hotel em São Paulo. O diretor da Fiesp disse que o Banco Central e o Ministério da Fazenda vêm, nos últimos anos, "tocando o samba com uma nota só". "No mundo real, ou seja, no setor produtivo juros significam despesas", disse ele, olhando para Meirelles. O executivo afirmou que existem alguns desafios básicos que ainda precisam ser superados, como baixar ou controlar a inflação, reduzir a dívida e diminuir a vulnerabilidade externa. "O problema não está nas intenções, mas nos meios de alcançá-los." Para ele, há uma clara predominância de visão monetarista no Banco Central e no Ministério da Fazenda. "Os instrumentos preconizados são os mesmos dos últimos nove anos, com os quais fizeram crescer o desemprego e transformaram o Brasil na 12º economia do mundo, depois de ter sido a 8ª economia do mundo", afirmou. Segundo Faldini, os juros e os tributos continuam sendo partes do "ambiente hostil" na economia do País. "O crédito caro, mais o crédito mais caro é aquele que não existe, e no Brasil o crédito não existe", criticou. Ele disse que o Brasil sempre tem culpado os outros pelos problemas do País. "Primeiro foi a crise da Coréia, depois a da Rússia, em seguida a da Argentina e, finalmente, os atentados de 11 de setembro e assim por diante", afirmou o diretor da Fiesp. Quanto mais resistente for a inércia inflacionária, mais rigorosa será a política monetária, responde Meirelles

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