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Fiesp aponta queda de 0,20% no nível de emprego industrial

Por Agencia Estado
Atualização:

O nível de emprego industrial teve queda de 0,20% em abril ante março, pela primeira vez neste ano, segundo informou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Esse recuo representa o fechamento de 3.054 vagas na indústria. Foi o pior mês de abril para o setor desde 1999, quando a queda foi de 0,40%. De janeiro a abril deste ano, no entanto, a indústria acumula recuperação de 0,39% no emprego, ante igual período do ano passado, o que significa a abertura de 5.884 postos de trabalho. As incertezas do empresários com relação ao comportamento do dólar, da inflação e das taxas de juros, impedem um expressivo crescimento do nível de emprego industrial paulista, que tende a fechar em um "0 X 0" com o mesmo nível do ano passado, afirmou a diretora de pesquisas e estudos econômicos da Federação, Clarice Messer. "O momento atual é de um ambiente incerto. A situação do mercado interno é muito ruim e os exportadores estão vendo a rentabilidade cair. Mas há uma inflação em queda e um dólar menor, o que da um espaço nítido para redução de juros. Então, há uma incerteza se o emprego pode crescer ou cair", afirmou. Em janeiro e fevereiro deste ano houve estabilidade e, em março, um crescimento no número de vagas de 0,56% em relação a fevereiro. Nos 12 meses terminados em abril, a indústria fechou 48.751 empregos, uma queda de 3,13% ante em igual período anterior. Dos 47 sindicatos patronais pesquisados, em 22 deles as empresas mais contrataram do que demitiram e em 22 as empresas ligadas mais demitiram do que contrataram. Nos três demais sindicatos, houve equilíbrio entre contratações e demissões nas empresas. Resultados setoriais Segundo Clarice, apesar de os setores exportadores terem mantido bom desempenho em abril, isso não foi suficiente para manter o crescimento do emprego. Entre os piores resultados, o setor de materiais elétricos e eletrônicos tiveram queda de 1,47% em abril e de 4,5% no acumulado deste ano e foram um dos que mais puxaram para baixo o índice geral. "Esse setor sofre com as vendas comprimidas pelos juros altos e crédito apertado e também com a alta inadimplência. Tudo isso joga para baixo o desempenho do setor, que é muito importante no emprego em São Paulo", avaliou. Segundo ela, outro segmento importante que deixou a desejar em abril, foi o da construção civil. Empresas de setores como os de mármores e granitos demitiram em abril devido ao desaquecimento do setor (-4,17%), esquadrias de construção metálicas (-3,06%), fundição (-1,39%), material plástico (-0,71%) e condutores elétricos (-0,22%). A queda da renda do consumidor afetou em abril, segundo Clarice, o desempenho do setor de alimentos, que nos últimos meses vinha bem. As áreas de congelados e supercongelados (-10,52%), produtos de cacau e balas (-1,51%), e massas alimentícias e biscoitos (-0,18%), cortaram vagas no mês passado devido a queda de renda.

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