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Fiesp critica carga tributária

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor do Departamento de Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mário Bernardini, disse nesta sexta-feira que a necessidade do governo de arrecadar cada vez mais mostra que o ajuste produzido pelo governo tem sido feito exclusivamente às custas do contribuinte, sem a contrapartida da redução de gastos públicos e sem aumento de benefícios para a população. "O governo está arrecadando cada vez mais patrimônio dos cidadãos, das empresas e dos trabalhadores", diz Bernardini. O pior, segundo ele, é que o aumento brutal da carga tributária nos últimos anos não se reverteu em melhoria de serviços para a população, como educação e segurança. Nesse sentido, ressaltou, o governo tem aumentado os impostos e diminuído os gastos sociais. "Estamos no pior dos mundos. O Everardo (Maciel, secretário da Receita Federal) faz o que lhe pedem e arrecada cada vez mais dinheiro. Com isso, além de mal servidos, as empresas estão fracas e o consumidor, com menos renda. A única coisa de positivo que tivemos nesse período foi uma certa estabilidade nos preços", afirma o diretor da Fiesp. O economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, observa que o governo vem usando de todos os instrumentos de que dispõe para aumentar a carga tributária. Além de mexer na base tributária, criou impostos e aumentou a alíquota dos existentes. "No curto prazo, o governo conseguiu alcançar um ajuste fiscal, mas isso terá um alto custo no longo prazo", diz Velloso. Ele ressalta que os chamados impostos em cascata tiram competitividade do produto do brasileiro. Para o diretor-executivo do Instituto de Estudo para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida o principal problema é o descasamento entre a sistema tributário e o desempenho da economia. "A carga tributária aumenta independentemente de a economia estar indo bem ou mal", diz Almeida. Segundo ele, esse processo vem se traduzindo cada vez mais em redução de competitividade e aumento forçado da informalidade.

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