PUBLICIDADE

Fiesp, CUT e Força contra os juros

Empresários e sindicalistas se reuniram para 'abraçar' o BC, mas os tapumes impediram ação

Por Anne Warth
Atualização:

Num momento em que economistas esperam uma redução da taxa básica de juros, representantes de empresários e de trabalhadores se uniram ontem para pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) a reduzir a Selic. O ato, promovido na capital paulista, teve a participação de integrantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, considerou que os juros altos afastam o investimento produtivo: "Quem ganha com isso são os especuladores".

PUBLICIDADE

As grandes estrelas da manifestação, contudo, foram o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Ao público, formado em sua maioria por sindicalistas, o deputado disse que a vida dos brasileiros tem sido decidida por "oito burocratas". O presidente da Fiesp, abraçado a uma bandeira do Brasil, iniciou o seu discurso chamando os sindicalistas de "companheiros". "Não podemos mais permitir que haja essa especulação financeira, esse cassino", afirmou.

Na saída do hotel, onde o grupo se reuniu, até o prédio do Banco Central em São Paulo - na Avenida Paulista -, houve muita confusão entre os manifestantes. Eles interromperam completamente o fluxo de veículos da Avenida Paulista, em direção ao Paraíso, por cerca de dez minutos. Na chegada ao BC, o abraço simbólico ao edifício, uma forma de pressionar pela redução dos juros, não aconteceu. O prédio, em reformas, estava cercado por tapumes.

O economista Yoshiaki Nakano, da FGV de São Paulo, disse identificar "sinais importantes de mudança na condução da política monetária".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.