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Fiesp e Funcex sugerem 12 medidas para aliviar câmbio

Direto da fonte

Por Sonia Racy e sonia.racy@grupoestado.com.br
Atualização:

Seis das 18 medidas cambiais definidas pela Fiesp e a Funcex, juntas, com o intuito de amenizar a valorização do dólar em relação ao real, estão há dois meses, segundo Roberto Giannetti da Fonseca, nas mãos do presidente Lula e do ministro Mantega e foram objeto de debate na reunião de terça-feira em Brasília, que reuniu empresários e Mantega. ''''São todas medidas de natureza regulatória ou tributária que, se adotadas de forma simultânea, poderiam modificar a curto prazo o atual desequilíbrio do mercado de câmbio, ainda totalmente enviesado pelas altas taxas de juros'''', destaca Giannetti, para quem, se nada for feito e ''''permanecermos nesta inércia burocrática e ortodoxismo monetário, veremos a taxa de câmbio chegar a R$ 1,70 antes do fim do ano.'''' Entre as medidas enviadas ao governo, Giannetti destaca três: Medida 4. Diagnóstico diz que isenção dada aos estrangeiros sobre aplicações em Títulos da Dívida Pública estimula o fluxo de recursos externos de curto e médio prazos para a economia brasileira. Para comprovar, lembra que, de janeiro do ano passado a abril deste ano, o volume de recursos estrangeiros aplicados em títulos da dívida interna saltou de US$ 4,8 bilhões para nada menos que US$ 22,2 bilhões, um aumento de US$ 17,4 bilhões !!! A proposta é revogar a isenção, restabelecendo tratamento isonômico entre brasileiros e estrangeiros. Medida 5. Diagnóstico aponta que a Dívida Externa Líquida do Tesouro Nacional encerrou março de 2007 em R$ 132,3 bilhões, apenas 3,7% abaixo de abril, o que pode ser explicado, integralmente, pela apreciação do real. A proposta prevê interromper por 180 dias a emissão de novos títulos externos pelo Tesouro e ampliar a recompra de títulos vincendos, via Programa de Resgate Antecipado. Medida 6. Preconiza o aprimoramento do regulamento da Lei 11.371/06, que trata da dispensa de ingresso no País de recursos externos resultantes de exportações e amplia a dispensa de cobertura cambial para empresas exportadoras. Os efeitos dessa lei sobre o mercado de câmbio de exportação, diz o texto, ainda não se fizeram sentir no fluxo de entrada de divisas no País. IMPRESSÃO DIGITAL Cláudio Vaz, do Ciesp, acaba de receber os resultados de mais uma pesquisa de rua da Ipsos. O tema, desta vez, é aposentadoria e traz resultados surpreendentes e preocupantes. Um exemplo. Entre os mil brasileiros ouvidos, 51% contribuem para o INSS e 48%, não. Previdência Privada? 94% não têm. Outro dado importante. Instados a escolher entre quatro soluções para resolver o rombo da Previdência, 64% discordam do estabelecimento de uma idade mínima de 65 anos, 53% não querem saber de privatização do sistema e 51% aprovariam mudança da fórmula de cálculo: em vez dos últimos anos, uma média de todo o tempo de contribuição. NA FRENTE ATÉ TU? O pedido da Fiesp para suspender a isenção de imposto do investidor estrangeiro em papéis do governo vai atingir a própria classe. Pelo que se apurou ontem, muitas das empresas exportadoras têm contribuído para a valorização cambial. Como? Deixando parte dos recursos provenientes das vendas externas lá fora para aplicá-la, em seguida, em títulos da dívida interna brasileira, sem pagar o devido imposto. É certo que esta é mais uma forma de as empresas se protegerem contra o dólar fraco, além da ACCs de seis meses. Só que essa forma impacta diretamente no fluxo de entrada de capitais estrangeiros. ESTOQUE O volume de operações selecionadas e contratadas no âmbito do PAC, por intermédio da CEF, nas áreas habitação, saneamento e infra-estrutura, já soma um volume superior a R$ 15,6 bilhões para os Estados de São Paulo, Minas, Rio, Pernambuco e Bahia. As fontes de recursos são FGTS e Orçamento. META, NÃO O economista Reinaldo Le Grazie, da BanifNitor, não acredita que a Ata do Copom, hoje, traga alguma menção à meta de inflação de 2009, de 4,5%. ''''O BC não discute meta'''', disse ontem. Mas, certamente, diz, trará preocupação com a forte demanda. CAOS AÉREO Para comparecerem à reunião com o ministro Guido Mantega, terça-feira, os empresários gastaram quase 24 horas entre a ida a Brasília e a volta para São Paulo. Pediram emprestado um avião King-air, dormiram de segunda para terça-feira em Brasília e só chegaram de volta à 1h30 de quarta-feira em Viracopos. Isto, porque foram de avião particular... MENOS 3 Por estarem fora do País, três convidados não puderam comparacer ao encontro com Mantega: Roger Agnelli, da Vale, Emilio Odebrecht, da Odebrecht e José Luiz Cutrale, da Cutrale. CASA NOVA José Antônio Gragnani, ex-Tesouro Nacional, encontrou novo abrigo. Está no UBS/Pactual. CORREÇÃO A perda nominal da arrecadação entre os anos de 2004 e 2006, na arrecadação do álcool, por causa da redução do ICMS pela metade, foi de R$ 1,3 bilhão e não 1,3%. DE PESO Hoje, a Fiesp, comandada por Paulo Skaf, vai debater a criação de um comitê de apoio ao ministro Nelson Jobim.

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