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Fiesp: emprego deve sofrer acomodação no 2º semestre

Por Anne Warth
Atualização:

A diminuição da renda dos trabalhadores, em função da alta da inflação, e o fim do período de contratações da indústria sucroalcooleira devem diminuir o ritmo de crescimento do emprego da indústria paulista no segundo semestre. Até o fim do ano, o nível de expansão do emprego medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) deve recuar para algo entre 3,5% a 4%. "Aquele vigor que observamos em 2007 e 2004 já não existe mais. Não estamos mais com taxas expressivas mensais, reflexo de uma aquietação disseminada entre diversos setores da indústria", disse o diretor titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini. Segundo ele, com o aumento do peso dos alimentos nos gastos das famílias, resta menos dinheiro para o consumo de outros produtos. O aumento dos juros e das exigências para a concessão de crédito também têm impacto direto na renda das famílias e, portanto, na demanda por produtos. "Temos uma situação cuja demanda, que é o combustível básico da indústria, dá sinais de cansaço. Isso ainda não é ruim, porque o desemprego não aumentou, mas o ritmo de criação de vagas diminuiu", explicou. A indústria sucroalcooleira também deve contribuir com a acomodação no nível de crescimento do emprego no segundo semestre. O segmento, que atinge o pico de contratações temporárias no primeiro semestre do ano, deve manter estabilidade até outubro para, então, demitir milhares de trabalhadores. O peso da indústria de açúcar e álcool no indicador da Fiesp é expressivo: das 141 mil novas vagas de trabalho criadas nos seis primeiros meses do ano, 104.002 estavam ligadas ao setor, ou 74% do total. Para se ter uma idéia, se o segmento fosse excluído do cálculo do nível de emprego, o indicador apresentaria uma alta de apenas 1,7% em relação ao primeiro semestre de 2007, em vez dos 6,48% registrados.

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