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Fiesp prevê corte de 40 mil vagas em novembro e dezembro

Como novembro e dezembro são meses tradicionalmente de demissões, devem anular os ganhos dos dois meses anteriores.

Por Agencia Estado
Atualização:

A indústria paulista deve criar cerca de 60 mil empregos neste ano, menos da metade do verificado no ano passado, quando foram criadas 144 mil novas vagas, 7,45% sobre 2003. O cálculo é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que divulgou hoje o nível de emprego de setembro (0,61% ante agosto na série sem ajuste sazonal ou 0,38% com ajuste). Só em novembro e dezembro, devem ser cortados cerca de 40 mil postos de trabalho. De acordo com Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, a alta de setembro foi superior à de agosto (0,15%), por conta de um movimento sazonal (referente a determinada época do ano) ligado à produção para o fim do ano. Outubro deve registrar um número ainda maior na criação de vagas, segundo a estimativa da Fiesp. Mas, como novembro e dezembro são meses tradicionalmente de demissões, devem anular os ganhos dos dois meses anteriores. Até setembro, a indústria paulista criou cerca de 88,8 mil empregos. Segundo cálculos da Fiesp, esse número deve chegar próximo a 100 mil em outubro. Em novembro, entretanto, devem ser perdidas entre 10 mil e 12 mil vagas. Outras 30 mil devem ser cortadas em dezembro. "Esses cortes não são indicadores de tendência, mas movimentos sazonais, ligados ao fim do ciclo anual de produção para o fim do ano", explicou Francini. Perspectivas Para 2006, o cenário que mais deve impactar o nível de emprego é o do setor exportador, que pode ser "estrangulado" se a atual taxa de câmbio se mantiver. "É importante lembrar que foram as vendas externas as responsáveis pelo bom desempenho da economia em 2004, quando tivemos um ano acima da média. Em algum momento do ano que vem, o impacto se mostrará bastante negativo", afirmou. O crescimento inferior neste ano tanto da produção industrial quanto do nível de emprego está intimamente ligado à política dos juros altos e à conseqüente valorização do câmbio. "Se o Banco Central continuar a reduzir os juros, melhoram as condições de temperatura e pressão para a indústria no ano que vem, mas nuvens sempre existirão aqui ou ali, com o aumento dos juros nos Estados Unidos ou a alta no preço do petróleo, mas já será um grande alívio", ressaltou.

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