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Fiesp propõe barreiras a produtos da Argentina

Por Denise Chrispim Marin e BRASÍLIA
Atualização:

O Brasil deve pagar na mesma moeda as medidas argentinas de restrição à importação de produtos brasileiros. A retaliação foi defendida ontem pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que já se mostrou bem mais tolerante com atitudes semelhantes adotadas por outros países. Skaf desfiou sua agressividade a apenas uma semana da reunião na qual ministros do Brasil e da Argentina tratarão do impacto da crise na região e das recentes travas ao comércio bilateral, em Brasília, e a um mês da visita da presidente argentina, Cristina Kirchner, à sede da Fiesp. Após encontro com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Skaf argumentou que, apesar das regras de livre comércio do Mercosul, a Argentina resiste a liberar licenças de importação de mercadorias brasileiras apresentadas entre outubro e novembro de 2008. Além disso, o país impôs, aos produtos brasileiros, preços mínimos considerados incompatíveis com os do resto do mundo e vem adotando sobretaxas antidumping com critérios técnicos duvidosos. Como atingem produtos sem escala de produção local suficiente para suprir o mercado argentino, a Fiesp teme que as medidas favoreçam as importações de países concorrentes do Brasil. "Temos de responder à Argentina impondo restrições às importações de produtos argentinos. Se o diálogo não resolve, a alternativa é fazer igual", disse, referindo-se ao fracasso da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral em derrubar as medidas. No dia 17, em Brasília, os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Miguel Jorge, tentarão extrair da Argentina um compromisso de eliminação das restrições às importações de bens brasileiros e de suspensão de medidas antidumping. A contrapartida seria a elevação dos recursos do BNDES para projetos de infraestrutura e empreendimentos tocados por empresas brasileiras na Argentina.

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