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Fiesp revisa para baixo projeção da produção industrial paulista

Até abril, era apostada uma alta entre 5% e 6%. Agora, a estimativa é de incremento na casa dos 4% para o ano todo

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar dos números positivos de maio, divulgados nesta quinta-feira pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), mostrando alta de 2,7% na atividade da indústria em maio ante abril, o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, revisou para baixo a projeção de crescimento da produção industrial para este ano. Até abril, era apostada uma alta entre 5% e 6%. Agora, a estimativa é de incremento na casa dos 4%, acompanhando o número projetado para o Produto Interno Bruto (PIB) industrial do País. A justificativa para a revisão: o impacto negativo do câmbio apreciado nas exportações e nas importações. No acumulado do ano até maio, a alta do Indicador do Nível de Atividade (INA) foi de 8% sobre o mesmo período do ano passado. Mas a média de dois meses do INA para abril e maio é positivo em 0,70%, inferior à média fevereiro/março, de 1,48%, que também ficou abaixo da média móvel dos dois meses formados por dezembro/05 e janeiro/06, 2,13%. "Fica claro que a tendência é de estabilização do crescimento da produção em patamares inferiores aos três primeiros meses do ano", disse Francini. Em abril, os números foram especialmente negativos porque o mês teve apenas 18 dias úteis. Maio, de certa forma, compensou as perdas de abril e cresceu sobre uma base fraca de comparação. Demanda Interna Na verdade, continuou o empresário, as condições para a demanda interna estão positivas, com aumento da renda, do crédito e das despesas públicas. No entanto, o que explica o desempenho fraco da indústria nos últimos dois meses é que, apesar das condições positivas para o consumo, parte considerável dos gastos vai para o Exterior, na forma de importador. Até maio, as importações subiram cerca de 22%, muito acima da variação das exportações, de 13%. Os dois movimentos, de alta das importações e de desaceleração das importações acontecem por conta do câmbio apreciado e atingem em cheio o vigor da produção industrial, que já teme a substituição da produção local por bens comprados no Exterior, como é o caso dos têxteis e de calçados, intensivos em mão de obra. Setor têxtil De fato, uma ilustração clara para a ação negativa do câmbio é o desempenho do setor têxtil. De janeiro a maio, as importações do setor cresceram 30% e as exportações, 6%. "O câmbio traça contornos trágicos para esse setor, por exemplo. E se essa taxa cambial prevalecer, as duas lâminas da tesoura continuarão se fechando para diversos setores", afirmou Francini, esclarecendo que uma lâmina da tesoura são as exportações e outras importações. Quanto mais próximas as pontas, menor o superávit comercial. O INA para o setor têxtil recuou 0,2% em maio sobre abril e 4,7% ante maio de 2005. As vendas reais do setor caíram 6,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na ponta positiva, destaque para produtos metálicos (não inclui máquinas), que cresceram 3% sobre abril.

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