Publicidade

Fim da taxa adicional cobrada na tarifa de embarque internacional ficará para 2021, diz ministro

A taxa, criada em 1999, é uma cobrança adicional feita junto com a tarifa de embarque em voos internacionais nos principais aeroportos do país

Foto do author Amanda Pupo
Por Anne Warth e Amanda Pupo (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que o fim da taxa de US$ 18 cobrada de passageiros que voam para fora do país ficará para 2021. Segundo ele, essa proposta será incluída apenas na Lei Orçamentária Anual de 2021, portanto, a taxa será mantida no ano que vem. “Acabar com a taxa implica em renunciar a receitas”, afirmou. No ano passado, a União arrecadou cerca de R$ 700 milhões com essa cobrança.

Quem compra passagem para voo internacional paga atualmente tarifa de embarque que varia de R$ 106,76a R$ 122,20 Foto: Marcelo D. Sants/Framephoto

PUBLICIDADE

A taxa, criada em 1999, é uma cobrança adicional feita junto com a tarifa de embarque em voos internacionais nos principais aeroportos do país e equivale a US$ 18. Tarcísio disse que o fim dessa taxa faz sentido, uma vez que os recursos arrecadados costumam ficar empoçados, ou seja, não são usados em despesas do setor. Atualmente, o adicional é uma das fontes de abastecimento do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), criado em 2011 para financiar melhorias na infraestrutura aeroportuária. Além disso, a cobrança afasta empresas aéreas que atuam no segmento low cost (de baixo custo). “Uma low cost pode fazer um voo para Buenos Aires ou Santiago por US$ 50, mas quem quer fazer esse voo precisa pagar uma tarifa de US$ 18. Essa tarifa tem que acabar e vai acabar”, disse. Quem compra passagem para voo internacional paga atualmente tarifa de embarque que varia de R$ 106,76 (aeroporto de Natal) a R$ 122,20 (aeroporto do Galeão). Uma parcela desse valor é transferida para o fundo de aviação civil. Essa parcela é definida anualmente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e corresponde, em 2019, a R$ 65,80 por passageiro. O restante fica com a empresa que administra o aeroporto e serve para remunerá-la pelos serviços prestados aos passageiros. Com a eliminação da taxa adicional, os passageiros passarão a pagar somente a parte devida às empresas que administram os aeroportos. Isso significa que a tarifa de embarque cairia para a metade do preço.

Viracopos 

O ministro disse que a concessionária de Viracopos está agora "sinalizando" com o processo de devolução. "Me parece que agora estão sinalizando com a devolução. Ficha está começando a cair, que bom", disse o ministro. 

No fim de novembro, a Aeroportos Brasil, administradora de Viracopos, protocolou na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) as considerações finais do processo de caducidade (extinção) do terminal de Campinas. No documento, a concessionária acusa a agência reguladora de “cercear” seu direito de defesa e ameaça ir à Justiça para buscar seus direitos.

Sobre uma briga na Justiça, o ministro afirmou que "as concessionárias brigam muito na Justiça", mas que o poder público tem o bom direito ao seu lado. "Investidor percebeu que o Brasil caminhou na direção correta. A possibilidade de judicialização de Viracopos não afasta ninguém. Mostra que governo está correto. O efeito lá fora é de confiança, é de que aqui a coisa é séria", disse.

Sobre o papel e o futuro da Infraero, estatal que administra os aeroportos, o ministro voltou a comentar sobre o foco na aviação regional, e que a empresa tem um "rol de possibilidades" para atuar, podendo até mesmo entrar na administração da Base de Alcântara.

Publicidade

Tarcísio lembrou ainda da possibilidade de fusão com outras empresas. "Estamos estudando a fusão de empresas", disse. Recentemente, o ministro afirmou que as estatais do segmento de logística Valec, Infraero e EPL poderão ser unificadas e transformadas em uma única até o fim de 2020. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.