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Fim das cotas ameaça exportações têxteis do Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de enfrentar um processo de desestruturação provocado pela abertura comercial do início dos 1990, o setor têxtil brasileiro sofre uma nova ameaça a partir do janeiro, quando expira o Acordo Têxtil e de Vestuário (ATV) da Organização Mundial do Comércio (OMC), um sistema de cotas que controla há anos o comércio internacional de têxteis. A partir de janeiro de 2005, a indústria brasileira corre o sério risco de perder a sua já pequena fatia (US$ 2,1 bilhões em 2004) do mercado mundial de têxteis, que movimenta US$ 400 bilhões ao ano. "O mercado têxtil mundial passará por um cataclisma", destacou o coordenador da área internacional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Domingos Mosca. Especialistas reunidos no Seminário Têxtil e do Vestuário, hoje, em São Paulo, concordaram que o Brasil não tem escala, preço, e nem diferenciação qualitativa para competir em um mercado internacional livre de cotas. Dentro do novo cenário, China, Índia e as nações que têm acordos comerciais com Estados Unidos e União Européia tendem a ser mais beneficiadas, o que torna ainda mais urgente para o Brasil firmar os acordos para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e do Mercosul com a União Européia. Segundo Mosca, da Abit, o fim das cotas não será de todo prejudicial ao País. Pode ajudar o Brasil a conquistar, por exemplo, mais um pedaço do mercado de felpudos dos Estados Unidos. "No entanto, não podemos ter ilusão de entrar no mercado chinês no fim da cadeia têxtil, talvez só como fornecedores de matéria prima", ressaltou.

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