PUBLICIDADE

Fim de acordo com FMI não permite novos gastos, diz Palocci

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, advertiu nesta terça-feira os políticos de que a não realização de um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não é um sinal verde para a realização de novas despesas públicas. "Temos que ser muito cautelosos com os gastos agora que não estamos mais com o Fundo", afirmou. "Podemos gastar muito daqui para a frente, mas acho que isso dará errado", ponderou. "Não temos mais uma trava do FMI nos vigiando; por isso, não podemos ampliar nossas despesas acima das nossas condições", disse. Para o ministro, uma política fiscal responsável permitirá que o Brasil caminhe com as próprias pernas daqui para a frente. "Se fizermos tudo certo não precisaremos voltar ao Fundo durante muitos e muitos anos", observou. A advertência do ministro foi feita durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, depois que alguns senadores sugeriram que Palocci apóie a proposta de criação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), feita pelo ministro da Educação, Tarso Genro. O desenho do Fundeb elaborado por Tarso prevê R$ 4,3 bilhões do governo federal para o financiamento da educação básica, que inclui a pré-escola, o ensino fundamental e o ensino médio. "O Fundeb precisa substituir outra despesa do governo pois, do contrário, haverá um aumento da carga tributária (para financiar o novo gasto)", disse Palocci aos senadores. O ministro disse que considera o Fundeb um programa extremamente importante, mas disse que o governo precisa avaliar e decidir quais as despesas que considera necessárias e prioritárias. Ao fazer isso, argumentou, o governo poderá escolher aquelas que irá executar ou substituir por outras. "É possível encontrar 3 ou 4 programas que são menos importantes que o Fundeb", observou. "É uma questão de vontade política (escolher os programas), de propor (a substituição), defender (a escolha feita) e fazer", disse. Palocci informou que está "construindo", juntamente com o ministro Tarso Genro, uma alternativa para a execução do Fundeb.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.