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Fim dos leilões de energia velha já era esperado, diz Eletrobrás

Por Agencia Estado
Atualização:

A suspensão definitiva dos leilões de energia "velha", cogitada pelo novo governo, já era esperada diante de um cenário de sobra de energia nos próximos anos. A opinião é do presidente da Eletrobrás, Altino Ventura Filho, que participou de seminário sobre o avanço da energia no campo. "Considerando projetos que estão entrando em operação e as sobras existentes, haverá excedente de energia não somente em 2003, mas nos próximos três ou quatro anos. Diante deste cenário, realmente não cabe a realização de leilões." A chamada energia "velha" é a gerada há mais tempo pelas companhias estatais e que já tiveram seus custos de investimentos amortizados. Segundo o presidente da Eletrobrás, entretanto, ao suspender os leilões, o novo governo tem que garantir uma maneira de que a energia velha não dispute mercado com a energia nova, que será gerada pelas centrais recém construídas ou que ainda estão projetadas. "A energia gerada pelas hidrelétricas é uma energia de custo baixo, porque teve seus investimentos amortizados ao longo dos anos. Ao mesmo tempo que esta energia velha dá ao Brasil uma vantagem competitiva muito grande por seu custo reduzido, há o problema que ela praticamente inviabiliza a utilização da energia nova, que tem um custo de investimento ainda a ser abatido", explicou. Ventura Filho disse que só vê como saída para este novo cenário a retomada do modelo anterior de rateio igualitário entre as distribuidoras. Por este modelo, as distribuidoras receberiam cada uma sua cota de energia velha, a um preço menor, e disputariam o restante que falta para atender sua demanda no mercado, em energia nova. O vice-presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Luiz Carlos Guimarães, tem a mesma opinião. "É preciso haver regras claras de que a energia velha vai ficar separada da competição", considerou. Segundo ele, ainda é cedo para opinar sobre "como o mercado de energia vai se comportar no próximo ano". "Tudo vai depender de com quanto de mercado e com quanto de regulação o governo eleito vai querer organizar o setor." Para ele, diante de um novo modelo para o setor, os leilões e mesmo o mercado atacadista de energia podem ser "dispensados". "Hoje, pelo modelo que está aí, eles são imprescindíveis."

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