RIO - O Finame, linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para bens de capitais deverá fechar este mês com liberações de R$ 3,7 bilhões, contra R$ 3,2 bilhões em junho. A estimativa foi feita pelo presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho.
"Temos indícios de que a comercialização de bens de capitais já começou a se recuperar nas últimas três semanas. Ainda é cedo para dizer se isso vai durar meses, mas são os primeiros indícios de que a atividade econômica vai se recuperar", afirmou Coutinho, após participar do seminário "O Brasil e o Mundo em 2022", promovido pelo BNDES como parte da agenda de comemorações de seus 60 anos.
Segundo o presidente do BNDES, a recuperação "tênue e na margem" já é reflexo de medidas tomadas pelo governo, incluindo a redução da TJLP, taxa de juros praticada pelo banco de fomento.
"A TJLP afeta o cálculo do retorno de investimentos. É um dos fatores, mas não é o único. Tivemos uma redução importante na taxa de juros, uma melhoria relativa na taxa de câmbio, várias iniciativas de desoneração de folhas de pagamento que foram complementadas no Congresso e aprovadas pele menos numa primeira rodada e tivemos a redução nas taxas do PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos)", listou Coutinho.
No entanto, a recuperação precisa se confirmar. Julho é marcado por sazonalidades, como o investimento em máquinas agrícolas. "Mesmo que excluamos essa sazonalidade, temos uma melhoria na média diária de operação efetiva da Finame. Pode ser um indício de um processo de retomada para o segundo semestre. A confirmar", afirmou Coutinho.
A Finame inclui máquinas e equipamentos e caminhões e ônibus. As operações são indiretas, repassadas por instituições financeiras credenciadas.