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Financeiras antecipam renegociação de dívidas

As campanhas começaram mais cedo neste ano para ajudar a aumentar a receita de créditos pendentes. O período em que essas renegociações são feitas é por volta de outubro, mas diante da alta inadimplência e queda nas vendas, a alternativa é renegociar as dívidas agora.

Por Agencia Estado
Atualização:

Grandes redes de lojas e financeiras estão antecipando em até quatro meses as campanhas de renegociação de dívidas em atraso. Com as vendas em queda e a inadimplência mantendo-se em níveis elevados, a intenção dos dirigentes das redes é tentar engordar o caixa e reaver parte do crédito pendente, antes que o cenário macroeconômico piore e o desemprego volte a crescer. "As campanhas de renegociação, que normalmente começam em outubro, foram antecipadas neste ano para o primeiro semestre", diz Julio Shinohara, diretor de Marketing do Grupo Unidos. No primeiro semestre, o Grupo registrou queda de 5% nos volumes renegociados. A expectativa inicial era fechar este ano com crescimento de 14% nos volumes repactuados. No ano passado, foram recuperados 19 milhões de contratos e, segundo Shinohara, a empresa é primeira especializada nesse setor na América Latina. A tendência de antecipar repactuação das dívidas atrasadas é confirmada pelo diretor-geral da Servloj, Oswaldo de Freitas Queiróz. Ele conta que a sua empresa, que administra cerca de 150 mil crediários, iniciou em junho a campanha para recuperar cheques devolvidos até março. Ainda neste mês, a Servloj pretende colocar na praça campanha para renegociar dívidas de crediários inadimplentes há mais de 90 dias. "Em 2000, as campanhas começaram em outubro." A expectativa da companhia é que 5% dos créditos pendentes sejam repactuados no curto prazo e 10%, até o fim do ano. "Estamos pressionando mais a cobrança", diz o supervisor-geral da Lojas Cem, Valdemir Colleone. O motivo é o aumento da perda dos créditos a receber nos últimos meses, que pulou de 2,5% para 3,3%. A Servloj, por exemplo, que registrou perda de 10,5% dos créditos em atrasados acima de 180 dias em junho viu esse índice subir para 11,2% neste mês. "A expectativa era iniciar o segundo semestre com índice abaixo de 10%", diz Queiróz. Segundo Colleone, da Lojas Cem, o consumidor está deixando de pagar o crediário em dia com medo do desemprego. As empresas também oferecem neste ano mais facilidades para o inadimplente repactuar o débito. Há campanhas que parcelam o saldo devedor em até 20 vezes, ante o prazo máximo de 12 meses no ano passado, conta Shinohara. Queiróz explica que, se o inadimplente optar pelo pagamento à vista do cheque devolvido, terá desconto de 15%. Caso escolha o parcelamento em até seis vezes terá um acréscimo de 10%.

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