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Financeiras oferecem juro menor para bom pagador

Cliente considerado ´nota 10´ é disputado no mercado e recebe condições especiais dos bancos e financeira de veículos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Bancos e financeiras de veículos estão adotando estratégia similar à das seguradoras, que estabelecem o valor da apólice de acordo com o perfil do contratante. Ter nome limpo na praça, imóvel próprio, ser casado, possuir bens como telefone celular, renda razoável e emprego fixo é garantia de taxa de juro menor no financiamento do carro. O cliente "nota 10", como é chamado, é disputadíssimo no mercado. Na Losango, por exemplo, uma taxa mensal de 2,7% cai para 2,5% nessas condições. Em grandes bancos, pode baixar de 2,25% para 2%. Mas não alcançar pontuação e ter restrições cadastrais não é sinônimo de crédito negado. Lojas e financeiras sempre encontram maneiras de fechar negócio. Juntam a renda familiar, fazem o contrato em nome de algum parente do consumidor, entre outras estratégias. "Nunca falamos não", diz Ayrton Fontes, da concessionária Anhembi, da General Motors. Uma tática usada pela revenda é apresentar à financeira várias fichas com clientes "nota 10" e incluir algumas em condições menos favoráveis. "Negociamos conjuntamente o filé mignon e o osso duro", diz Antonio Cordeiro, que coordena a área de crédito da loja onde 80% das vendas financiadas são de modelos populares ou seminovos que custam cerca de R$ 15 mil. Na revenda Volkswagen Sopave, 65% dos financiamentos são de modelos populares, enquanto nos demais a média cai para 18%. "Há muita disputa no mercado e as empresas relevam inclusive títulos em protesto", diz o diretor da loja, Naul Ozi. "O crédito do automóvel é o que tem maior garantia porque pode ser retomado." Com tantas ofertas de crédito, taxas e prazos, o consumidor precisa estar atento e pesquisar, alerta o matemático José Dutra Vieira Sobrinho. Segundo ele, um carro que custe R$ 20 mil e tiver R$ 14 mil financiados em 36 parcelas de R$ 464,20 (com juro de 2,25%, sem somar o IOF) está dentro da prática do mercado. Mas se for adquirido à vista, o consumidor não deve aceitar pagar mais do que R$ 17 mil. Dutra lembra ainda que a financeira dificilmente consegue captar dinheiro no mercado a taxas inferiores a 1,46% ao mês, levando-se em conta a Selic de 19% ao ano. "Portanto, se ela oferecer juro menor é porque provavelmente embutiu a diferença no preço do carro."

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