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Financiamento à indústria recua em SP

Balanço da Agência de Desenvolvimento Paulista mostra aumento de 60% nos financiamentos totais e queda de 2% no volume para a indústria

Por Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:

O montante financiado para a indústria paulista diminuiu no primeiro semestre deste ano. O balanço final dos seis primeiros meses da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP) revela que valor emprestado para o setor foi de R$ 81,7 milhões no período, um recuo de 2% na comparação com o mesmo período de 2013. A Desenvolve SP é uma agência de fomento do Estado de São Paulo criada em 2009 - com recursos da venda do antigo banco Nossa Caixa para o Banco do Brasil - e oferece financiamentos de longo prazo para as empresas com taxa de juros mais baixa. Também são oferecidos recursos de terceiros, como do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A queda no desembolso para a indústria pode parecer pequena no primeiro semestre, mas vai na contramão do resultado da Desenvolve SP. O valor financiado para as empresas de todos os setores do Estado cresceu 60%, de R$ 149,5 milhões para R$ 239,9 milhões. A redução nos recursos para a indústria pode ser explicada por causa das dificuldades enfrentadas pelo setor, sobretudo em São Paulo, como a baixa competitividade. A produção industrial paulista recuou 4,7% entre janeiro e maio, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior queda entre as regiões analisadas. No Brasil, a produção industrial caiu 1,6%. "A indústria está num processo de dificuldade por causa da competição com similares de outros países que chegam ao País com preços bem menores. Há ainda a questão do câmbio, que estimula mais a importação do que a exportação", afirma Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP. "O setor industrial está bastante deficiente e isso tem feito com que várias empresas brasileiras tenham que, de alguma forma, mudar a sua própria atividade para poder sobreviver, à medida que elas não conseguem competir com produtos importados, como os chineses." No primeiro semestre, os financiamentos também caíram para comércio (menos 56%) e agronegócio (redução de 20%). No outro extremo, o setor de serviços teve a maior alta no financiamento e foi responsável por aumentar o valor total dos empréstimos em São Paulo. No primeiro semestre, a alta foi de 198%, de R$ 45,3 milhões para R$ 135,1 milhões. "Nos últimos anos, o setor de serviços está aumento a sua demanda por esses recursos", diz Santos.Região. Os números da agência paulista ainda revelam que houve um forte crescimento no financiamento de projetos para o interior do Estado. O aumento foi de 128% nos primeiros seis meses ante o mesmo período do ano passado, de R$ 82,293 milhões para R$ 187,3 milhões. Por outro lado, houve uma redução no desembolso para as companhias da Região Metropolitana de São Paulo. A redução foi de 22%, de R$ 67,2 milhões para R$ 52,5 milhões. "O interior ainda apresenta condições mais competitivas de preços, por exemplo. Os terrenos são mais baratos do que os da Região Metropolitana. O custo da mão de obra também é mais vantajoso no interior", afirma Santos. Por causa desse resultado, as empresas do interior representaram 78% do total emprestado pela Desenvolve SP nos primeiros seis meses do ano.Perfil. Em relação ao tamanho das empresas, houve um aumento de desembolso sobretudo para as pequenas empresas, de 87% (de R$ 32,8 milhões para R$ 61,4 milhões). O financiamento destinado para as médias empresas avançou 56% (de R$ 100,3 milhões para R$ 156,1 milhões). Os desembolsos para as grandes companhias tiveram o menor crescimento no período, 36% (de R$ 16,3 milhões para R$ 22,1 milhões).

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